quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Mais um capítulo em uma História de Extermínio!

 Nem toda Cachoeira é bela!
Nem toda água é límpida!
As vezes, ela é VERMELHA...de sangue.

Vivemos uma fase de extermínio. Não! Vivemos a continuidade do extermínio constante.
Uma continuidade do extermínio, que tem inicio com a expansão marítimo-comercial dos países europeus para o resto do mundo. Um extermínio que derrama e mancha de sangue o velho continente, os novos continentes e o continente mãe: ÁFRICA, nosso berço comum.
Um extermínio de povos, de nações, de indivíduos, que ao longo da história se somam, como uma enorme cascata vermelha, de números vermelhos. Vermelhos de sangue, do sangue derramado em cada quinhão do solo deste planeta ao qual demos o nome de Terra!
Cada um destes números (vermelhos) se sobrepõe a outro, um após o outro, em uma progressão aritmética que parece ser infinita! Progressão esta, que se multiplicada pelas lágrimas derramadas por cad'alma, que cada um destes números vermelhos da cascata vermelha representa, teremos então uma progressão geométrica incalculável.
Afinal, são pelo menos 500 anos de lágrimas derramadas por Pais, Mães, Irmãos, Irmãs, Filhos, Filhas, Esposos, Esposas, Amigos, Amigas... Quem pode calcular cada uma destas lágrimas?!
Quem tem o poder de quantificar o “quantum” desta água salgada, que em cada coração teve um gosto amargo? Estimando assim, talvez, o total, o tamanho do LUTO gerado por este extermínio constante.
Deus? O MESMO DEUS QUE MUITAS VEZES É USADO COMO ARGUMENTO PELOS QUE MATAM?!
A Ciência? A MESMA CIÊNCIA DOS SENHORES DO PROGRESSO/REGRESSO, QUE COORDENAM, ORGANIZAM E SE BENEFICIAM DO EXTERMÍNIO?!
Não! NÃO HÁ, QUEM TENHA TAL CAPACIDADE!
No momento presente, vivenciamos no Brasil mais um capítulo desta história de luto! 
E por ironia da história, o país é governado hoje por pessoas que há algumas décadas se encontravam no outro lado da trincheira. Quem é pior: o inimigo do outro lado da trincheira ou o antigo amigo que trai seu colega de batalha e passa para o outro lado?
Apesar do capítulo ser novo, o alvo da vez é antigo: novamente as nações indígenas.
O argumento agora não é mais a Religião, e seu simbolo não é mais a Cruz. Ele é chamado de “Progresso”, “Desenvolvimento”, Expansão Econômica” e seu símbolo é o dinheiro. Mas, o motivo por trás do argumento continua sendo o mesmo. Ele se chama: COBIÇA, AVAREZA, EGOÍSMO, GANÂNCIA, INDIVIDUALISMO...
A morte do indígena Bernardino ocorrida há poucos dias no município de Guaíra na região Oeste do Paraná, juntamente com diversas outras mortes Brasil a fora (de indígenas ou não), se somam a progressão aritmética da cascata de mortes. As lágrimas derramadas por cada uma destas mortes, se somam ao “quantum” de lágrimas derramadas ao longo da história. Ao longo de uma História de extermínio que já dura séculos!

Mas, nem esta e nem as demais mortes serão quantificadas pelo Capital ou por aqueles que o controlam. Da mesma forma, as lágrimas derramadas também não serão quantificadas.
Para o Capital e os capitalistas não importam as pessoas e suas lágrimas! Os capitalistas não quantificam sentimentos, eles quantificam coisas, renda. E quem não tem a necessária renda “per capita”, eles decapitam sem dó nem piedade, caso se coloque entre eles (capitalistas) e as coisas que eles querem quantificar!
Mas, nas palavras de Arnaldo Antunes:

As coisas têm peso,
massa,
volume,
tamanho,
tempo,
forma,
cor,
posição,
textura,
duração,
densidade,
cheiro,
valor,
consistência,
profundidade,
contorno,
temperatura,
função,
aparência,
preço,
destino,
idade,
sentido.
As coisas não tem paz.
(Arnaldo Antunes)
Representante dos Capitalistas/Ruralistas Brasileiros


Logo, se buscamos Paz, não é nas coisas que a encontraremos! E o ruído ensurdecedor desta cachoeira vermelha, de números vermelhos, cada um deles uma morte, cada um deles muitas lágrimas, lembra aos que lutam, aos que podem vir a ser o próximo número a se somar a cachoeira, a necessidade da busca desta Paz.
Mas, só existe um meio de conseguir a Paz: eliminar o motivo da Guerra!
E o motivo desta guerra (que já dura séculos) é o fato das coisas terem mais valor do que as pessoas. Logo, o único meio de conseguir a Paz é eliminar a razão disto acontecer: e ela se chama CAPITALISMO.
O Capitalismo deve ser destruído, para só então termos a oportunidade de construirmos uma sociedade Humana no sentido mais pleno do termo, e onde as coisas sejam apenas coisas e não Razão de Existência.
E para todos os que não fazem “ouvidos moucos” ao som desta Cachoeira Vermelha de sangue: ESTE É NOSSO DEVER E NOSSA MISSÃO!
Assim, termino este breve desabafo e ao mesmo tempo uma reflexão, e como a lista de mártires na luta é interminável, sendo que muitos inclusive nem conhecidos são, não menciono nomes, apenas digo como saudação final:
_ MÁRTIRES DA LUTA SOCIAL!
_ PRESENTES!

Curitiba (do Guarani: Muito Pinhão ou Terra de Muitos Pinheiros) Paraná (do Tupi: Semelhante ao Mar)

20 horas 02 minutos – 28/11/2013

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