sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

02 de Dezembro de 2011: 33° Dia Nacional da Astronomia

No ano de 1947 foi fundada a Sociedade Brasileira de Astronomia, já se vão 64 anos deste fato, mas a astronomia no Brasil é muito mais antiga. Ela se inicia oficialmente no ano de 1827, com a criação do Observatório Nacional pelo então imperador Dom Pedro I. Nesta época, a principal função do observatório era a manutenção da hora oficial brasileira, que tinha por objetivo a orientação das navegações marítimas, algo que naquele período dependia da comparação da hora, marcada por um cronômetro oficial em um navio e a altura do Sol no horizonte, a partir desta comparação se obtinha a posição do navio em alto mar. Hoje, é tudo mais fácil com o GPS!
Desenho do Observatório Nacional no Séc. XIX.
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/dezembro/dia-da-astronomia.php
Neste período, o observatório nacional marcava o meio dia inicialmente com um tiro de canhão, e posteriormente soltando balões, até hoje é função do observatório a manutenção da hora oficial brasileira, mas a mesma atualmente é disseminada por sinal de radio.
Observatório Nacional hoje.
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/dezembro/dia-da-astronomia.php
Como falei no inicio deste texto, no ano de 1947 foi fundada a Sociedade Astronômica Brasileira, e foi esta sociedade que durante o Segundo Encontro de Astronomia do Nordeste, no ano de 1978, aprovou por unanimidade o título de Patrono Nacional da Astronomia ao Imperador Dom Pedro II, e o dia 02 de Dezembro (dia do nascimento deste) como o dia nacional da Astronomia.
Isso devido às diversas contribuições que Dom Pedro II fez para esta ciência em nosso país, claro que muito disso por razões pessoais, afinal o Imperador era Astrônomo Amador, desta forma desde então, os astrônomos amadores e profissionais do país celebram neste dia o seu dia e o dia da mais antiga ciência, o Dia Nacional da Astronomia.
Existem vestígios de que o ser humano já observava o céu e buscava entende-lo, desde o período da pré-história, e se hoje temos agricultura e pecuária é devido ao entendimento do céu que a humanidade adquiriu ao longo dos séculos. Registros antigos, por exemplo, demonstram que os agricultores observavam o aparecer no céu de certos agrupamentos de estrelas e seu desaparecer, para regularem o período de plantações e colheita. Perceberam com o tempo que as Plêiades, por exemplo, surgem no céu na época propícia para o plantio da videira na região do mediterrâneo, e seu desaparecimento depois de alguns meses marca o período da colheita, da mesma forma os antigos egípcios percebiam a proximidade do período da cheia do rio Nilo a partir da observação do céu noturno.
Inicialmente, a humanidade achava que eram as próprias estrelas e astros celestes que influenciavam a vida aqui na Terra, daí o surgimento de diversas religiões em torno das mesmas e até mesmo da Astrologia, hoje se sabe que não é assim. Mas, a pesquisa astronômica (apesar de atualmente distanciada artificialmente do dia a dia da população) prosseguiu para entender nossa posição no universo, saber como surgimos, se somos únicos ou não, para tudo isso é necessária a astronomia.
Diversos dogmas foram derrubados ao longo da História devido a descobertas astronômicas, alguns dos mais famosos deles são as antigas crenças da Terra chata e do Sol girar em torno da Terra, que foram colocadas de lado por descobertas astronômicas.
Do mesmo jeito, a Astronomia hoje contribui para que o ser humano entenda melhor o seu próprio planeta natal ao compará-lo com outros, e desta forma possa cuidar melhor dele, enfim Astronomia é poesia, mas também é ciência, e ao mesmo tempo Astronomia é uma lição de humildade. Ao nos mostrar que não somos assim tão importantes quanto imaginamos, e que precisamos cuidar, e muito, de nosso planeta natal por que o Universo não necessita dos seres humanos.
Ao olhar o céu, vemos beleza, vemos o inicio da vida, vemos o passado mais remoto, ao mesmo tempo apesar de não notarmos, os conhecimentos astronômicos estão no nosso dia a dia. Todo mundo olha para um calendário de vez em quando, ou volta e meia estamos observando o relógio para ver se o tempo do serviço já acabou, ou se já esta na hora de encontrarmos a pessoa amada. Assim, como marcamos a data de nossos aniversários em um calendário solar, os agricultores marcam o período de plantio em um calendário lunar, nada disso seria possível sem os conhecimentos astronômicos adquiridos por civilizações antigas como a civilização grega e mesopotâmica, conhecimentos estes melhorados ao longo do tempo e que hoje ainda usamos. Assistimos também, programas em aparelhos de televisão, que recebem sinais re-encaminhados por satélites, que orbitam o nosso planeta, sem os cálculos de Copérnico sobre as orbitas dos planetas, por exemplo, isso não seria possível.
Enfim, podemos não perceber, mas, os conhecimentos astronômicos estão no nosso dia a dia, e até mesmo você leitor, que esta lendo agora este texto, através de uma conexão de internet via satélite, não poderia fazer isso se a humanidade não tivesse ha milhares de anos atrás, quando ainda nos escondíamos em cavernas com medo da noite, ao olhar para o céu noturno, se perguntado o que seriam aqueles pontos de luz que pareciam tão belos e tão distantes.
Desta forma parabéns a todos os Astrônomos profissionais e amadores pelo seu dia, e pelo dia da mais antiga ciência a ASTRONOMIA!

Fontes de referência:

Personificação na Politica, um resquício do autoritarismo (por Vinicius Prado)

O texto abaixo é uma reflexão muito boa de um camarada acerca do personalismo na política brasileira, vale a leitura e a reflexão sobre o texto. Abraços, e boa leitura:

A democracia no Brasil é uma coisa muito recente, e ainda não aprendemos a lidar totalmente com ela, temos em nossas práticas, mesmo que as mais democráticas resquícios de um autoritarismo, de um povo que segue as decisões de um grande líder, ou de um grupo que guia o pais "rumo a prosperidade".
No período entre 1500 e 1808 o Brasil foi colônia portuguesa, seguia os mandos e desmandos do monarca de Portugal, e não existia nenhuma representação politica na colônia, a não ser os cargos de "fiscais" da coroa nomeados pelo próprio rei. No pequeno período entre 1808 e 1822, a colônia passou a ser a sede do reino, ou na verdade um bom esconderijo para uma corte que corria de medo das invasões napoleônicas, tinhamos então um rei aqui, poder centralizado e decisões autoritárias como antes, nada mudou neste sentido.
Em 1822, com a grande falácia da independência, deixamos de ser colônia e viramos reino, com um Imperador, ou seja agora tínhamos o nosso próprio ditador, com centralização do poder, e alguns cargos políticos nomeados pelo déspota, e sem nenhuma participação politica popular.
Veio 1889 e a após nos tornarmos independentes, agora passamos a ser uma República, o que representou na verdade tomada do poder pelos militares da maçonaria, derrubando D. Pedro II que também era alto grau maçon, porém sem o apoio da ala militar, inicia-se outro processo de ditadura, agora comandada pelos militares, não é necessário relatar que neste período a participação política popular era praticamente nula.
Foi-se Republica Velha, com as oligarquias cafeeiras e leiteiras comandando o pais, e veio a República Velha com Vargas e a elite paulista, e em todo esse periodo até se instaurou o voto no Brasil, porém sempre de forma restrita a pequenos grupos, sempre o direito ao voto este atrelados a posses, nesse período o governo era amplamente sustentado pelas oligarquias regionais, a política coronélista, o voto de cabresto, os currais eleitorais iam desde o micro ao macro na politica brasileira.
Depois da ditadura Vargas, é que o Brasil começa a experimentar o voto direto, e a se relacionar com o sistema de democracia representativa, porém foi por um período curto de mais para que a população começasse a entender o processo como um todo, e em 1964 veio outro golpe militar, derrubam o presidente João Goulart, que até acenava, mesmo que discretamente, para uma democracia mais popular e participativa, e também por isso foi derrubado, a ditadura perdurou oficialmente até 1985, porém só tivemos eleições diretas em 1889.
Portanto temos pouco mais de 20 anos de voto democracia estabelecida no pais, escolhemos presidente apenas seis vezes, dai vemos que essa visão paternalista e personificada dos processos eleitorais é oriunda destes longos períodos de governo ditatorial e paternalista, onde os governantes e/ou grupos dominantes se colocaram como os defensores do pais, pais dos pobres, os responsáveis por guiar o pais rumo ao progresso.
E atualmente vemos que essa visão esta internalizada na população brasileira, tanto de eleitores como dos candidatos, pois uns esperam que os governantes após eleitos resolvam todos os problemas sozinhos e que são culpados de todos os problemas sem solução, e por outro lado temos políticos que ao se candidatarem a um cargo público, se colocam como salvadores da pátria, os responsáveis por mudar toda uma conjuntura politica, e essa visão de eleitores e candidatos esta estabelecida desde eleições para sindico até as presidenciais.
Precisamos ter uma nova mentalidade ao analisar campanhas politicas, devemos levar em conta projetos de governo e/ou gestão apresentados e não simplesmente a imagem de um candidato, pois o candidato não representa somente opiniões próprias, mais do que isso, ele representa opiniões e posicionamentos do seu partido, e do grupo politico no qual está inserido, quem vota em um candidato do DEM deve saber que ele pertence a um grupo politico que defende o neoliberalismo, as privatizações, a terceirização, que tem uma visão que privilegia a produção ao invés da qualidade; quem vota um candidato do PSOL deve saber que ele pertence a um grupo politico que defende o socialismo, que defende empresas estatais, que é contra terceirizações, e é um partido mais próximo a classe trabalhadora.
Hoje em dia é comum ouvir que não importa o partido e sim o candidato, porém vivemos em um pais com sistema de representação politica partidária, e os políticos ao se filiarem a um partido politico estão sujeitos a seguir as diretrizes estabelecidas por estes partidos, então importa muito o partido sim.
Porém a mudança na politica brasileira que todos queremos, só virá quando tivermos plena consciência de a democracia deve ser participativa e não representativa, temos hoje um senso comum de que votar é fazer sua parte, isso vem daquela velha visão de que o politico é o salvador da pátria que nos guiará rumo ao "desenvolvimento", porém nós é que devemos nos guiar nossos passos e o governante esta para seguir a vontade da população, portanto fazer a nossa parte é votar e acompanhar os mandatos dos eleitos, mesmo daqueles nos quais não votamos, pois só com a população cobrando e participando das decisões teremos governos que sigam rumos que atendam os interesses da população.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Sobre a Copa de 2014: "Ad captandum vulgus, panem et circenses"

Como uma reflexão sobre o que vem ocorrendo em relação a Copa do Mundo em nosso país, e a maneira como são construídos alguns discursos em torno do esporte, deixo aqui a carta do Imperador Vespasiano a seu filho Tito, em sua versão atualizada. Vale a pena a leitura e a reflexão à que este texto nos incita:


Carta atualizada do Imperador Vespasiano para seu filho Tito

"Onde o povo prefere pousar seu clunis: numa privada, num banco de escola ou num estádio?" 
 "22 de junho de 79 d.C.
Tito, meu filho, estou morrendo. Logo eu serei pó e tu, imperador. Espero que os deuses te ajudem nesta árdua tarefa, afastando as tempestades e os inimigos, acalmando os vulcões e os jornalistas. De minha parte, só o que posso fazer é dar-te um conselho: não pares a construção do Colosseum. Em menos de um ano ele ficará pronto, dando-te muitas alegrias e infinita memória. 
Alguns senadores o criticam, dizendo que deveríamos investir em esgotos e escolas. Não dê ouvidos a esses poucos. Pensa: onde o povo prefere pousar seu clunis: numa privada, num banco de escola ou num estádio? Num estádio, é claro.
Será uma imensa propaganda para ti. Ele ficará no coração de Roma per omnia saecula saeculorum, e sempre que o olharem dirão: 'Estás vendo este colosso? Foi Vespasiano quem o começou e Tito quem o inaugurou'.
Vista aérea do que restou do Coliseu em Roma, quase dois mil anos depois ainda impressiona. 
Fonte: http://ixamostradepesquisa.pbworks.com/w/page/5197916/COLISEU
Outra vantagem do Colosseum: ao erguê-lo, teremos repassado dinheiro público aos nossos amigos construtores, que tanto nos ajudam nos momentos de precisão.
Moralistas e loucos dirão que mais certo seria reformar as velhas arenas. Mas todos sabem que é melhor usar roupas novas que remendadas. Vel caeco appareat (Até um cego vê isso).
Portanto deves construir esse estádio em Roma, assim como a gente de Brasília construirá monumentais estádios em Natal, Cuiabá e Manaus, mesmo que nem haja ludopédio por esses lugares. 
Só para teres uma idéia, o campeonato de Mato Grosso teve média inferior a mil pessoas por partida, e a Arena Pantanal, em Cuiabá, terá capacidade para 43.600 espectadores. Em Recife haverá um novo estádio, mas todos os grandes clubes já têm o seu. Pior será a arena de Manaus: terá 47 mil lugares e, no campeonato estadual, juntando os 80 jogos, o público total foi de 37.971.
Maquete do Projeto do Estádio Gov. José Fragelli (Verdão) que deve ser construído em Cuiabá MT
Fonte: http://cariricaturas.blogspot.com/2009/11/estadio-da-copa-de-2014-colaboracao-de.html
 
As gentes da Terra Papagalli não ligaram nem mesmo para o exemplo dos sul-africanos, que construíram cinco novos estádios e quatro são deficitários. 
Enfim, meu filho, desejo-te sorte e deixo-te uma frase: Ad captandum vulgus, panem et circenses (Para seduzir o povo, pão e circo). 
Esperarei por ti ao lado de Júpiter."
PS: Vespasiano morreu no dia seguinte à carta. Tito não inaugurou o Coliseu com um jogo de Copa, mas com cem dias de festa. Tanto o pai quanto o filho foram deificados pelo senado romano. Nunca tiveram oitenta por cento de aprovação porque, naquela época, a Confederação Nacional (Romana) dos Transportes (Empreiteiras) não encomendava pesquisas ao Census.

(Texto de Autoria desconhecida) Fonte: http://www.usinadeletras.com.br/

Pesquisa no dicionário de Latim: CLUNIS - subs. m. e f. - nádegas, ancas.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Malditos comunistas! (Por José Roberto Torero)

O texto abaixo não é meu, mas sim de um professor da USP. Uma interessante e irônica reflexão:


Malditos comunistas!

Em Cuba, se você tiver aptidão para o esporte, vai poder se desenvolver com total apoio do estado. Pô, assim não vale! Do jeito que eles fazem, com escolas para todos, professores especializados e centros de excelência gratuitos, é moleza. Quero ver é fazer que nem a gente, no improviso. Aí, duvido que eles ganhem de nós. Duvido!

Acabaram os jogos Pan-Americanos e mais uma vez ficamos atrás de Cuba. 

Mais uma vez!

Isso não está certo. Este paiseco tem apenas 11 milhões de habitantes e o nosso tem 192 milhões. Só a Grande São Paulo já tem mais gente que aquela ilhota.

Quanto à renda per capita, também ganhamos fácil. A deles foi de reles 4,1 mil dólares em 2006. A nossa: 10,2 mil dólares.

Pô, se possuímos 17 vezes mais gente do que eles e nossa renda per capita é quase 2,5 vezes maior, temos que ganhar 40 vezes mais medalhas que aqueles comunas. 

Mas neste Pan eles ganharam 58 ouros e nós, apenas 48. 

Alguma coisa está errada. Como eles podem ganhar do Brasil, o gigante da América do Sul, a sétima maior economia do mundo?

Já sei! É tudo para fazer propaganda comunista. 

A prova é que, em 1959, ano da revolução, Cuba ficou apenas em oitavo lugar no Pan de Chicago. Doze anos depois, no Pan de Cáli, já estava em segundo lugar. Daí em diante, nunca caiu para terceiro. Nos jogos de Havana, em 1991, conseguiu até ficar em primeiro lugar, ganhando dos EUA por 140 a 130 medalhas de ouro. 

Sim, é para fazer propaganda do comunismo que os cubanos se esforçam tanto no esporte. E também na saúde (eles têm um médico para cada 169 habitantes, enquanto o Brasil tem um para cada 600) e na educação (a taxa de alfabetização deles é de 99,8%). Além disso, o Índice de Desenvolvimento Humano de Cuba é 0,863, enquanto o nosso é 0,813. 

Tudo para fazer propaganda comunista!

Aliás, eles têm nada menos do que trinta mil propagandistas vermelhos na cultura esportiva. Ou professores de educação física, se você preferir. Isso significa um professor para cada 348 habitantes. E logo haverá mais ainda, porque eles têm oito escolas de Educação Física de nível médio, uma faculdade de cultura física em cada província, um instituto de cultura física a nível nacional e uma Escola Internacional de Educação Física e Desportiva. 

Há tantos e tão bons técnicos em Cuba que o país chega a exportar alguns. Nas Olimpíadas de Sydney, por um exemplo, havia 36 treinadores cubanos em equipes estrangeiras.

E existem tantos professores porque a Educação Física é matéria obrigatória dentro do sistema nacional de educação. 

Até aí, tudo bem. No Brasil a Educação Física também é obrigatória. 

A questão é que, se um cubano mostrar certo gosto pelo esporte, pode, gratuitamente, ir para uma das 87 Academias Desportivas Estaduais, para uma das 17 Escolas de Iniciação Desportiva Escolar (EIDE), para uma das 14 Escolas Superiores de Aperfeiçoamento Atlético (ESPA), e, finalmente, para um dos três Centros de Alto Rendimento.

Ou seja, se você tiver aptidão para o esporte, vai poder se desenvolver com total apoio do estado. 

Pô, assim não vale!

Do jeito que eles fazem, com escolas para todos, professores especializados e centros de excelência gratuitos, é moleza. 

Quero ver é eles ganharem tantas medalhas sendo como nós, um país onde a Educação Física nas escolas é, muitas vezes, apenas o horário do futebol para os meninos e da queimada para as meninas. Quero ver é eles ganharem medalhas com apoio estatal p ífio, sem massificar o esporte, sem um aperfeiçoamento crescente e planejado. 

Quero ver é fazer que nem a gente, no improviso. Aí, duvido que eles ganhem de nós. Duvido!

Malditos comunistas...

José Roberto Torero é formado em Letras e Jornalismo pela USP, publicou 24 livros, entre eles O Chalaça (Prêmio Jabuti e Livro do ano em 1995), Pequenos Amores (Prêmio Jabuti 2004) e, mais recentemente, O Evangelho de Barrabás. É colunista de futebol na Folha de S.Paulo desde 1998. Escreveu também para o Jornal da Tarde e para a revista Placar. Dirigiu alguns curtas-metragens e o longa Como fazer um filme de amor. É roteirista de cinema e tevê, onde por oito anos escreveu o Retrato Falado.

Pelo segundo ano consecutivo o PSOL se destaca e fica na frente no prêmio Congresso em Foco!

E o melhor deputado em 2011 é… Chico Alencar

Pelo segundo ano consecutivo, parlamentar fluminense vence a categoria principal do Prêmio Congresso em Foco. Assim como em 2010, ele já havia sido escolhido o melhor deputado pelos jornalistas que participaram da primeira fase de votação
Pelo segundo ano consecutivo, Chico Alencar foi escolhido pelos internautas o melhor parlamentar do ano - Beto Oliveira/Câmara
Melhor deputado na avaliação dos 267 jornalistas que participaram da primeira fase de votação do Prêmio Congresso em 2011, o deputado Chico Alencar (Psol-RJ) também foi escolhido pelos internautas como o mais atuante do ano. É a segunda vez consecutiva que ocorre essa sintonia. Em 2010, o deputado também arrebatou os dois prêmios. O líder do Psol já havia sido condecorado esta noite por sua atuação na defesa da democracia e da cidadania.
Desta vez, Chico Alencar recebeu 7.201 votos na votação dos internautas e teve uma pequena vantagem sobre seu colega de partido e estado Jean Wyllys (Psol-RJ), que ficou com 6.987 votos. A deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), que obteve 5.345 votos, foi a terceira mais votada. Chico, Jean e Manuela receberam troféus por conta da votação obtida. As honrarias foram entregues pelo diretor do Congresso em Foco, Sylvio Costa, e pelo diretor da Ambev Disraelli Galvão Guimarães.
Do quarto ao décimo colocado, os deputados foram agraciados com placas. Certificados de reconhecimento pela atuação em 2011 foram recebidos pelos deputados que ficaram entre a 11ª e a 25ª colocação. Afinal, esses foram os 25 deputados que, na avaliação dos 267 jornalistas que participaram da primeira etapa do prêmio, foram os que mais se destacaram este ano.
Veja como ficou a classificação na categoria de melhor deputado, conforme a votação na internet:
Chico Alencar  (Psol-RJ)    7201 votos
Jean Wyllys  (Psol-RJ)    6987
Manuela D’Ávila  (PCdoB-RS)    5345
Ivan Valente  (Psol-SP)    4764
Luiza Erundina  (PSB-SP)    4564
Romário  (PSB-RJ)    4535
Vicentinho  (PT-SP)    4215
ACM Neto  (DEM-BA)    4143
Dr. Rosinha  (PT-PR)    4038
Marco Maia  (PT-RS)    3915
Delegado Protógenes  (PCdoB-SP)    3790
Erika Kokay  (PT-DF)    3620
Paulo Teixeira  (PT-SP)    3360
Aldo Rebelo  (PCdoB-SP)    3093
Henrique Fontana  (PT-RS)    3063
Jandira Feghali  (PCdoB-RJ)    2976
Reguffe  (PDT-DF)    2820
Domingos Dutra  (PT-MA)    2816
Cândido Vaccarezza  (PT-SP)    2785
Miro Teixeira  (PDT-RJ)    2665
Roberto Freire  (PPS-SP)    2268
Alfredo Sirkis  (PV-RJ)    1921
Mara Gabrili  (PSDB-SP)    1833
Carlos Sampaio  (PSDB-SP)    1756
Duarte Nogueira  (PSDB-SP)    1714
Total de votos: 90.187
Trajetória política
Carioca, 62 anos, Chico Alencar está no terceiro mandato na Câmara. Projetou-se na política como líder comunitário. Mestre em Educação, autor de 26 livros, é professor licenciado da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Entre 1987 e 2005, foi filiado ao PT, pelo qual conquistou seu primeiro mandato na Câmara.
Foi vereador e deputado estadual. Trocou o PT pelo Psol em 2005, no auge do escândalo do mensalão. Contundente nas críticas ao governo e também à oposição feita pelo PSDB e pelo DEM, é uma das principais referências na defesa da ética e da transparência na administração pública.
O deputado foi contemplado em todas as edições do Prêmio Congresso em Foco. Nos últimos três anos, Chico foi considerado o melhor deputado pelos jornalistas que cobrem o Congresso. Em 2010, foi o mais votado pelos internautas.
Prêmio
Prêmio Congresso em Foco 2011, que este ano tem como tema a construção da democracia, tem o patrocínio da Ambev e da Petrobras. É apoiado pela Associação Nacional dos Peritos Criminais (APCF), pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pelo Sindicato Nacional dos Fiscais Federais e Agropecuários (ANFFA Sindical). Também apoiam o prêmio a Frente Nacional de Prefeitos (FNP), a Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg), a Associação Nacional de Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), a Associação Nacional dos Defensores Públicos Federais (Anadef), a TIM, a Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite) e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
Este prêmio também é realizado em parceria com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O verso e o anverso na USP

Segue abaixo uma interessante reflexão sobre o processo de ocupação na USP:


Por Jorge Luiz Souto Maior, Professor livre-docente da Faculdade de Direito da USP


São Paulo, 5 de novembro de 2011
Jorge Luiz Souto Maior, Professor livre-docente da Faculdade de Direito da USP
Estão dizendo por aí que os alunos que ocupam a Reitoria da USP perderam a razão quando não aceitaram a deliberação da Assembléia. Querem dizer, então, por preceito lógico, que concordariam com a ocupação se a Assembléia a tivesse aprovado? Ora, se não concordariam nem assim, então, a deliberação da Assembléia é irrelevante e o ataque feito à ação dos estudantes e servidores por esse viés é totalmente despropositado.
As lutas sociais, ademais, não dependem de uma legitimação fixada em lei, do contrário não seriam lutas e, de fato, não teriam condições materiais de existir. Quaisquer pessoas podem se organizar, formar suas associações de direito ou de fato, para a defesa de seus interesses. Os movimentos sociais, normalmente, não possuem constituição jurídica formal. Assim, os estudantes mobilizados, que criaram uma forma de organização própria, não têm obstáculo jurídico para a defesa dos ideais que consideram importante defender.
Pode-se discutir, a bem da verdade, a legitimidade que possuem para responder por todos os alunos da USP, mas ao que se sabe os alunos ali mobilizados nunca reivindicaram esse título, ainda que a sociedade crie sobre eles uma generalização.
Quanto ao meio de luta eleito, a ocupação, há uma gama enorme de questões que o envolve. Fiquemos, no entanto, com o verso do senso comum de que se trata de uma ilegalidade porque representa tomar posse de um patrimônio público. Mas, cumpre, inversamente, reparar: o ato em questão não se trata de tomar posse para si e sim, em caráter provisório e precário, para o propósito de instituir um diálogo político, o qual visa à reconstrução da ordem estabelecida.
Ainda assim fiquemos com a noção de ilegalidade. Diante da situação posta o que resta à Reitoria? Restituir a legalidade? Diz a Administração da Universidade que está obrigada a resgatar a ordem e, desse modo, para devida defesa do patrimônio público, ingressou com ação de reintegração de posse. E obteve a liminar. Mas, novamente, faz-se importante ponderar. Qual o valor que a Reitoria está buscando preservar? Está preservando o patrimônio, ou seja, os bens materiais. Com isso, mais uma vez, está se furtando ao diálogo pelo uso da força, ainda que ancorada por decisão judicial e pretende utilizar essa força para repelir aqueles que chama de “invasores”, só que os tais “invasores” não são números, são pessoas, e mais, são alunos e servidores, que estão ali, mesmo que em ato de pretensa ilegalidade, para o exercício de uma ação política contra atos que acusam terem sido ilegalmente cometidos pela Direção da Universidade, sobretudo no que se refere à abertura, por represália, de inúmeros inquéritos administrativos contra alunos e servidores, trazendo consigo, também, a reivindicação do que chamam “Fora PM!”
Na onda “moral e cívica” que histericamente se formou, essas pessoas estão sofrendo um verdadeiro massacre público, sendo agredidas por todos os lados. Mas, são só pessoas querendo expressar o seu sentimento e elegendo um meio de luta para tanto. São jovens que podiam não se importar com que se passa com os servidores ameaçados de dispensa por justa causa. Podiam não se importar com o futuro da Universidade, pois estão de passagem pelo Campus e com o Diploma universitário podem estar prestes a se inserir, exitosamente, no mercado de trabalho. Podiam, simplesmente, estar em por aí sem muitos propósitos na vida. Mas, não. Estão lá, lutando, exercendo cidadania, aprendendo a se organizar, produzindo saberes, adquirindo experiência de vida, aprofundando idéias e debates... Só isso já seria motivo relevante para que as admirássemos, mesmo sem concordar com suas bandeiras ou métodos, apontando-os como açodados, inoportunos, radicais etc. Mas, não se há de esquecer que foram atitudes tomadas mediante forte emoção, ditada por um sentimento de injustiça e no calor de efervescência política em um ambiente universitário. O fato é que somente a partir de pessoas questionadoras, conscientizadas, inteligentes e lutadoras, como as que ora se mobilizam, o Brasil poderá, enfim, solver os seus eternos problemas.
Mas, o que a Administração da Universidade planeja fazer com essas pessoas? Submetê-las à força policial, assumindo todos os riscos daí conseqüentes, pois para a opinião pública, que fora forjada sobre o tema, vale mais a defesa do patrimônio que a preservação da integridade física ou mesmo da vida desses meninos contestadores de 17 anos ou um pouco mais e alguns servidores com vários anos de relevantes serviços prestados à Universidade.
Por que escrevo este texto? Porque me importo com a vida dessas pessoas. Porque me preocupa o cerco da força do poder contra uma mobilização reivindicatória. Porque não consigo dormir sossegado sabendo que a intransigência da Administração em estabelecer com estudantes e servidores um diálogo, ainda que difícil, longo e complexo, do qual, ademais, poderiam – e deveriam – participar as diversas inteligências da Universidade, que até agora, pesarosamente, ecoam um silêncio retumbante, pode produzir um verdadeiro massacre.
Não estou defendendo (nem condenando, por certo) a ação dos estudantes e servidores. Estou, meramente, rogando a todos, à sociedade, à mídia, à Administração da Universidade, ao Comando da Polícia Militar, e, sobretudo, à juíza que deferiu a liminar, para que repensem sua postura neste evento e permitam, enfim, o avanço do necessário diálogo a respeito das intrigadas questões que afligem, concretamente, a nossa Universidade.
Caso estes interlocutores não estejam dispostos a me escutar, volto-me, então, aos estudantes, aos quais chamo de alunos, se é que me concedem essa legitimidade, para pedir-lhes, então, que reflitam sobre as diversas outras possibilidades de manterem a mobilização, desocupando a Reitoria, até porque o anverso da escrita desse aparente verso triste pode ser a retomada do império da legalidade na Universidade em todos os níveis. Afinal, é possível difundir a todos os demais espaços essas e tantas outras reivindicações, não se restringindo apenas ao prédio velho e desconfortável da Reitoria!

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Vocês acham que estão no controle?

Vocês acham que estão no controle? Quem disse que o Capitalismo busca a concorrencia? Falácia! O que o Capitalismo busca mesmo é a monopolização dos meios de produção por um grupo cada vez mais seleto, como já previu Lenin no inicio do século XX. Duvidam? Pois vejam quem realmente controla o planeta.Segue abaixo um artigo que recebi de um camarada:

As 10 empresas que controlam o mundo
Livia Aguiar
As 10 empresas que controlam o mundo





Não é teoria da conspiração, são fatos: uma análise das relações entre cerca de 43.000 empresas multinacionais feita pelo Instituto Federal de Tecnologia da Suíça  concluiu que 174 empresas (na maioria bancos) têm um poder desproporcional em relação ao resto do mundo. Esses 174 empreendimentos são considerados “superentidades” que controlam 40% da economia mundial.Isso não quer dizer necessariamente concentração de dinheiro e sim de poder (empresas que têm ações de outras empresas ou que as administram). Elas estão tão conectadas entre si, de forma tão intrínseca, que, se uma se desestabiliza, afeta todas as outras em cadeia.
Também ficou alarmado? Então, já pode se juntar ao movimento Occupy Wall Street (ou Occupy São Paulo, Occupy Rio de Janeiro, enfim: Occupy o mundo todo) para tentar mudar essa governança do 1% de poderosos sobre os 99% de “outras pessoas”. Ou simplesmente entender porque este movimento virou assunto fácil nas redes sociais nas últimas semanas.
Conheça aqui as 10 maiores donas do mundo e saiba quem controla de verdade a nossa economia.
10. Merrill Lynch & Co Inc – EUA
9. UBS AG – Suíça

8. Vanguard Group Inc – EUA

7. Legal & General Group PLC – Reino Unido

6. JP Morgan Chase & Co – EUA

5. State Street Corporation – EUA

4. AXA – França

3. FMR Corporation – EUA

2. Capital Group Companies Inc – EUA

1. Barclays PLC – Reino Unido

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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Entre "desfiles" e "casacos"...

Faltando ainda praticamente um ano para a eleição de 2012, nomes já começam a pipocar em nossa cidade, divulgando que serão, que cogitam, ou que pretendem ser candidatos a prefeito em Marechal Cândido Rondon. Toda véspera de eleição é a mesma coisa, surgem nomes de todos os lados, para todos os gostos. A fauna é variada! As trocas de partido são constantes! Mas quando chega o processo eleitoral, poucos mantém o afirmado anteriormente (afinal muitos afirmam apenas na intenção de valorizar seus nomes para futuras barganhas) e saem realmente candidatos. Valem mais os acordos firmados entre os grupos, do que a palavra veiculada e divulgada para o povo.
Fonte: http://curiofisica.com.br/direito/infidelidade-partidaria
Enfim, ao que parece temos em nossa cidade cinco nomes (se minha conta não estiver desatualizada) divulgados como prováveis candidatos a prefeito, cinco candidaturas que já desde o seu inicio se pautam no individuo e não no coletivo, e apenas uma candidatura partidária que praticamente não foi divulgada (esta seria a sexta candidatura se o atual quadro se mantiver), talvez pelo fato de a mesma não divulgar indivíduos, mas sim um projeto de cidade. É assim que funciona a política brasileira, e assim vai funcionar enquanto o povo não participar diretamente do processo, pautada no personalismo e jamais no coletivo.
Apresentam-se nomes de candidatos como se fossem nomes de redentores, de salvadores da comunidade, não se debatem projetos, mas sim pessoas, este é melhor por que tem cabelo curto, aquele é pior por que tem cabelo comprido, em sua maioria os argumentos utilizados no debate político estão neste nível. Não é a toa que a classe trabalhadora (que tem mais o que fazer do que cuidar do cabelo alheio) se distância cada vez mais do mundo político.
Fonte: http://ninhodavespa.blogspot.com/ (apesar de a charge nominar FHC ela serve para mais de 90% dos políticos)
O problema é que vácuo não existe, assim como a natureza pelas leis da física não suporta a existência de vácuo o mesmo ocorre no meio social, se aqueles que pretendem algo de bom para a classe trabalhadora se afastam, outros ocupam seu lugar, e muitas vezes estes outros são oportunistas que desfilam com o casaco da mudança, mas ao chegarem nos gabinetes e tirarem o casaco fica claro quem realmente são, e quem representam.
Fonte: http://curiofisica.com.br/direito/infidelidade-partidaria
Assim, venho observando um verdadeiro “desfile de moda”, onde a mudança é apresentada nos seus mais variados tons e cores, em diversos “casacos”. Resta à classe trabalhadora, perceber quem defende a mudança por também necessitar dela, por ter vivido, e estar vivenciando esta necessidade, como você caro trabalhador. E não aquele, ou aqueles, que apresentam a mudança, por que agora, no “desfile de moda” que começa um ano antes do processo eleitoral, se apresentam de roupagem nova. Pois, creio que todos conhecem aquela estória que diz que, muitas vezes nos guarda roupas se escondem monstros.
Desta forma caro cidadão, você que trabalha todos os dias, paga seus impostos em dia e a única coisa que quer em troca, é que este dinheiro reverta em benefícios para toda a comunidade, como saúde, educação, uma boa infra-estrutura na cidade, enfim: qualidade de vida! Pense muito bem! Analise e observe o “desfile”! Veja, quem desfila com a roupagem da mudança e aquele que não desfila com a roupagem da mudança, por que ele ou eles dizem que a mudança não parte de uma pessoa ou de um grupo, mas sim da participação ativa da comunidade na vida política e administrativa de seu município.
Ou seja! A mudança não é um casaco, uma roupagem! Mas é você mesmo caro trabalhador! A mudança esta em suas mãos, se você quer você pode fazer! Não deixe que outros digam que farão por você, por que como a experiência nos ensina, aqueles que isto alegam, sempre estarão apresentando mais do mesmo!
Não existe “casaco da mudança”! Ou seja, não adianta a quem já tem um histórico agora querer se apresentar com roupagens diferentes! O que existem são pessoas dispostas a mudar as coisas, e lutar para que elas mudem, e estas muitas vezes nem tem condições de comprar um casaco!
Estamos em outubro de 2011, por isso caro cidadão você tem pouco menos de um ano para analisar as coisas com relação ao processo eleitoral, mas para começar a atuar em prol de uma mudança talvez você já esteja atrasado! Que tal começar a atuar agora?
Abraços a todos, e sem casacos!