segunda-feira, 25 de abril de 2011

Cuias, chimarrões e licitações!

Caros leitores, quem de vocês já tomou chimarrão na vida? Creio que a maioria das pessoas que acessam este blog já tomou esta mistura de erva mate com água quente, servida geralmente em uma cuia, em uma roda de amigos ou familíar.
Eu cresci (pelo menos um pouco hehehe) aprendendo a tomar chimarrão, no período em que morei fora de nossa cidade era o chimarrão que eu fazia e tomava sozinho que me fazia lembrar de Marechal!
É realmente uma otima maneira de passar o tempo, e se distrair, além do fato de que o chimarrão é diurético e estimulante!
Mas, convenhamos apesar da tradição, ele não é prioritário! E se torna muito menos prioritário quando vemos no jornal, a administração de nosso município gastando R$ 7000,00 para a compra de cuias de chimarrão!
Cuias estas, que segundo o Edital serão distribuidas como brindes para autoridades que visitarem o município.
Parece que Marechal Cândido Rondon esta muito bem, que todos o problemas da cidade já foram resolvidos, que não temos filas a espera de médicos, que todos os filhos e filhas de trabalhadores tem vagas nas creches, que nossas estradas estão tão maravilhosas como tapetes de veludo!
Só assim para justificar tal gasto com este supérfluo! Porque é sim, supérfluo. O dinheiro público não existe para a finalidade de dar presentinhos para autoridades, sejam elas quem forem!
O dinheio público é do povo, e deve ser gasto em beneficio do povo!
Gastar este dinheiro para brindes, não convém no atual momento! Há coisas mais urgentes a fazer em nosso município, e a administração volta e meia diz que não tem verba! Ora, se não tem verba para fazer o que é urgente, como tem verba para supérfluos?
Será que é preciso lembrar que o administrador público não é dono do dinheiro público, que não pode usufruir do mesmo conforme lhe aprouver, e fazer o que quiser com o mesmo? O dinheiro público é do povo, e deve ser gasto única e exclusivamente em seu benefício! É justamente por isso, que a lei diz que a administração pública, deve-se pautar pela legalidade, transparência e moralidade!
Será que tal ato esta de acordo com estes três princípios? São os três que precisam ser respeitados, não um ou dois, mas sim os três ao mesmo tempo!
São indissociaveis, como a Santissíma Trindade! E então, o que você acha caro leitor? Os três estão sendo respeitados?
Agora, para não sairem por aí dizendo que só reclamo e não apresento alternativas, e apesar de achar desnecessário a entrega destes mimos, eu deixo aqui uma ideia que me parece melhor e é uma alternativa ao fato.
Ao invés de gastar com a compra destas cuias, por que não pegam este dinheiro e um pouquinho mais e passam a incentivar os artistas de nossa cidade! Temos muitos, que fazem lindos objetos artesanais, e que poderiam aí sim, ser usados como souvenirs para autoridades.
Representando assim mais legitimamente o município do que cuias feitas em outra cidade, pelo fato de os objetos terem sido feitos por pessoas do povo de Marechal! E com isso, ainda se geraria mais renda no município, o dinheiro ficaria aqui, e a população rondonense sairia beneficiada com tal política, assim como deve acontecer com todo uso do dinheiro público!
Diferentemente do que vai acontecer com uma compra destas! Fica a ideia, será que os edis e o executivo irão aceitá-la?

domingo, 24 de abril de 2011

Feliz Páscoa!


Páscoa! Para os Judeus a Páscoa significa libertação, para os Cristãos ressureição. Para ambos, Páscoa é um rito de passagem. Passagem de um estado de servidão ou morte, para um estado de liberdade ou vida!
Portanto neste dia, o que desejo a todos é mais do que chocolates, presentes e mitos em torno do Coelhino da Páscoa!
O que desejo é mais do que a Páscoa que o mercado nos oferece, o que desejo é que adentre em seus corações, o verdadeiro significado da Páscoa!
E que esta Páscoa traga aos seus corações e mentes a libertação e a coragem de olhar diferente para o mundo, olhar de uma maneira crítica ao mundo. Tendo coragem de encarar seus problemas reais, e mais do que isso, coragem de lutar para mudar estes problemas!
Nosso mundo, precisa da sua Páscoa! Nosso mundo precisa de libertação e ressureição, não em termos religiosos mas em termos sociais e ambientais!
E para que esta libertação e ressureição aconteça, seus moradores precisam primeiro apreender o verdadeiro significado da Páscoa em seus corações! Que é a vitória da Vida sobre a morte, hoje expressa na luta da vida com o dinheiro!
Lembrem-se, ninguém pode servir a dois senhores! Ou servimos a vida, ou servimos a morte!
Assim, lhes desejo uma Feliz e consciente Páscoa! Que seu verdadeiro significado adentre em seus corações, honrando desta forma Aquele a quem este dia é dedicado!
Feliz Páscoa!
Abraços a todos!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Capitalismo é dívida, paga pelos pobres

O Texto abaixo não é meu, mas de um amigo. É uma reflexão interessante, por isso resolvi publicar aqui no intuito de apresenta-la para vocês. Boa leitura!



 
Capitalismo é dívida, paga pelos pobres

Em setembro de 2010, esteve no Brasil um ex-economista de Wall Street. Michael Hudson veio para um seminário internacional de grandes empresários. Sobre as mudanças que o capitalismo sofreu ao longo do século 20, ele afirmou:


A natureza do próprio dinheiro sofreu uma transformação. Já não é mais um ativo sob a forma de barras de ouro ou de prata criado pelo trabalho. É dívida.

O dinheiro internacional – as reservas dos bancos centrais – transforma-se, sobretudo, em dívida do Tesouro americano, enquanto o dinheiro dos bancos assume a forma de dívidas privadas: dívidas de hipotecas, dívidas empresariais (...) e até mesmo empréstimos destinados a financiar derivativos especulativos e apostas no mercado de câmbio”.

Já Sergio Lamucci, em reportagem publicada no Valor de 19/04, alerta para o tamanho da dívida pública brasileira:


Os gastos com juros do setor público devem atingir cerca de R$ 230 bilhões neste ano, o equivalente a 5,6% do Produto Interno Bruto (PIB), quase 15 vezes os R$ 15,5 bilhões que o governo federal deve destinar ao Bolsa Família em 2011”.

Assunto de vários jornais do mesmo dia: A agência de classificação de risco Standard and Poor's rebaixou de "estável" para "negativa" a situação da dívida púbica dos Estados Unidos. Ou seja, teria aumentado o risco de calote por parte da nação mais poderosa do planeta. Não é para menos. O tesouro americano deve 100% de seu poderoso PIB. Ou mais de U$ 14 trilhões.


Mas também não é para tanto. Ninguém vai cobrar a potência americana. Não só porque é poderosa. Mas, principalmente pelo que disse Hudson mais acima. Gerenciar dívidas é a mais nova forma que a minoria capitalista encontrou de ganhar fortunas à custa da maioria explorada.


Afinal, o dinheiro que faz girar tais dívidas não sai do nada. Sai dos orçamentos que deveriam custear serviços públicos. Sai da saúde, educação, habitação, transporte, previdência social.


Nos Estados Unidos, esses recursos financiam gastos militares, subsídios para empresas, contratos milionários com corporações, novas especulações em Wall Street. No Brasil, pagam os maiores juros do mundo, financiam grandes empresas, remuneram especuladores do mundo todo.


Esta é a engenharia financeira que faz muito parecidos os governos de Obama e Dilma. Aproximam os democratas, os republicanos, os petistas e os tucanos.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Lamento do Poeta!

Segue abaixo mais uma poesia de minha autoria, a mesma foi escrita também à alguns anos na cidade de Curitiba, sob os sons de passáros no Passeio Público da referida cidade!

Lamento do Poeta!

Entre as árvores
ouço o Sabiá!
Ouço o Bentevi!

E lembro de um Amor
que não vivi,
e nem vou viver!

Voa Sabiá!
Voa Bentevi!
Voa para a Liberdade,
por que esta eu já perdi!!!

Luciano Egidio Palagano
Curitiba, 04/03/09

Retrato do Poeta (Contradições)

Para variar um pouco, hoje vou colocar algumas poesias no blog! De minha autoria! Esta é uma destas poesias, escrevi ela à alguns anos, agora publico ela! Espero que os leitores gostem!

Retrato do Poeta (Contradições)

Ser contraditório que leva em sí, o ser e o não ser.
Sentimento encarnado e
imerso no Espirito.
Coração D'alma!
Dor e Leveza
Alegria e Tristeza.

Este é o poeta!
Humano entre os Humanos,
entre os Divinos, também Humano.
Por vezes Diabólico, por vezes
Angelical!
Lingua Rude, Ferina!
Mas, também suave.
Humano em demasia ao expressar,
os sentimentos contraditórios
da Humanidade: Ódio, Amor,
Compaixão, Amizade, Ressentimento, Paixão ...

E no expressar estes sentimentos por vezes
é como Anjo
e por vezes como Demônio.

Mas, sempre será Poeta
e acima de tudo, Humano!

Luciano E. Palagano
06/04/09
Mal. Cândido Rondon - PR

sábado, 16 de abril de 2011

Verdes Ou Vermelhos?

Verdes ou Vermelhos? Não caro leitor, esta não é uma pergunta que expressaria a cruel dúvida de um torcedor do Inter e do Palmeiras, tendo de assistir à um jogo destes dois times um contra o outro, e o torcedor não sabendo para quem torcer!
É uma pergunta que expressa sim uma dúvida, mas uma dúvida que é apresentada dentro de alguns setores de esquerda. Ser verde na atual conjuntura de desastre ambiental ou ser vermelho devido a continuidade da exploração inserida dentro da relação capital-trabalho?
Parece uma pergunta importante e prioritária, mas quero argumentar aqui que esta é uma pergunta retórica, mera falácia, expressão de um engano de análise da conjuntura atual da sociedade e dos próprios escritos de Marx.
Uma das maiores armas do capitalismo é a capacidade de apresentar a realidade de forma diferente da maneira como ela realmente esta organizada, é a velha relação entre essência e aparência das coisas dentro do capital, relação esta que já trabalhei em um artigo dividido em três partes aqui mesmo neste blog.
Bom, fazer esta pergunta é cair nesta armadilha, é se deixar enganar por essa capacidade do capital!
É impossível ser verde de verdade sem ser vermelho, e ser vermelho sem ser verde é não compreender a grandeza da obra marxista, que já no séc. XIX se preocupava com as questões ecológicas e com a maneira irracional que o Capital se apropriava da natureza.
A revolução verde passa pela revolução vermelha, e a revolução vermelha só pode ser verdadeiramente vitoriosa com a revolução verde! As duas devem acontecer juntas, ao mesmo tempo!
Logo a questão de ser verde ou vermelho é uma falsa questão, o verdadeiro verde só é verde se também for vermelho, e o verdadeiro vermelho só é vermelho de forma completa se também for verde!
Para entender este erro de interpretação, devemos primeiro entender como o pensamento de Marx via a natureza, em primeiro lugar Marx via dentro da natureza a dialética, que se expressava também na maneira como o ser humano se relaciona com a natureza.
A Dialética que é a chave da compreensão do materialismo histórico, e é dela que precisamos para compreender a relação homem-natureza, e as próprias relações internas da natureza!
Enfim, a natureza é também expressão da própria dialética! E não ver a dialética dentro da natureza, e na relação que o homem mantém com ela que é o erro que muitos Marxistas cometem, justificando assim a pergunta falaciosa com que comecei este texto. Também é este o erro que muitos ambientalistas caem ao analisarem a relação humana com o mundo natural. E caindo neste erro, nem os marxistas e nem os ambientalistas conseguem verdadeiramente superar o senso comum dentro da questão ambiental.
Resumindo e muito, tentarei aqui dar uma breve exposição da visão de Marx da natureza: A tradição marxista ocidental coloca que a Dialética não se aplica a natureza, mas apenas a sociedade. Ou seja a dialética seria expressão única e exclusiva das relações sociais, e é neste ponto que nasce o erro de interpretação. Na sua obra nos pontos em que trata da natureza, Marx faz uma crítica tanto a Leibniz como a Darwin. Leibniz por ver o mundo natural como um todo harmônico (visão expressa em muitas das correntes verdes), e Darwin por ver a natureza como expressão da competição entre as espécies (visão da natureza expressa em muitas das chamadas correntes marxistas), mas segundo Marx nenhuma das duas visões é completamente certa, nem completamente errada. A harmonia esta presente na natureza, assim como a competição, só que dentro de uma relação dialética entre as duas, e é este ponto chave que muitas vezes é esquecido, a Dialética.
Marx, em sua obra, unifica Leibniz e Darwin dialeticamente, inserindo nas relações naturais tanto a tendência a competição/destruição como a sustentabilidade.
Para Marx, as relações dentro da natureza tendem tanto para um lado (competição), como para o outro lado (sustentabilidade/harmonia). e é justamente esta relação entre estas duas tendências intrínsecas ao mundo natural que se pode definir como dialética dentro da natureza. Assim como a própria matéria existe dialeticamente, entre o não ser da energia e entre o ser da matéria, criando assim a tendência a existir da realidade (física quântica). Para Marx, a competição apresentada por Darwin, agindo dialeticamente com a tendência a harmonia apresentada por Leibniz, cria dentro da natureza tanto a tendência a destruição quanto a tendência a sustentabilidade, e é este fio delicado que une uma a outra, que Marx identifica ao analisar a natureza dialeticamente. Ele percebe que a natureza tende a sustentabilidade tanto quanto a autodestruição, e o ser humano pode pesar esta delicada balança tanto para um lado como para o outro, dependendo da maneira como constrói as suas relações com a natureza.
Assim, a pergunta inicial não merece resposta, além daquela que diz que não há como ser verde sem ser vermelho, e nem ser vermelho sem ser verde!
E a única maneira de salvar a sustentabilidade em nosso planeta é findar com um sistema econômico que fortalece a tendência a autodestruição da natureza, pendendo assim a balança para este lado. E para findar com esta sistema econômico é necessário ser vermelho, mas também não basta socializar a produção e seu produto, se mantiver-mos os mesmos patamares de relacionamento com o mundo natural. A revolução vermelha, só pode ser vitoriosa, se junto dela vier a revolução verde, mudando também a maneira como nos relacionamos com a natureza. E isso não é automático, para que isso aconteça é necessário compreender como o homem interfere no mundo natural, e para que esta compreensão seja possível, é necessária a compreensão da dialética da natureza, apresentada nos escritos de Marx. E durante muito tempo, relegada ao esquecimento, ou ao segundo plano. Falar em ecologia dentro da luta socialista, não é enfeitar com confetes da moda a luta, e nem desvirtuar os escritos marxistas, mas sim complementar a compreensão que se teve de Marx durante todo século XX. Ou seja, é enxergar a Dialética, como ela realmente é, presente em todas as esferas, tanto as sociais, como as naturais. Não são confetes, mas sim a identificação de raízes da preocupação da obra marxista, até então deixadas ao largo.
Logo, respondendo a pergunta, sejamos bicolores! Vermelhos e Verdes ao mesmo tempo, ambos assim, com letras maiúsculas! Desta maneira, e só assim, conseguiremos construir um mundo justo em termos sociais, e verdadeiramente sustentável na maneira de nos relacionar-mos com o mundo natural!
Abraços Verdes e Vermelhos!
Logo, Ecossocialistas!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Realengo, Rio de Janeiro - "Columbine" Brasileira!

Olá caros leitores! Depois de vários dias, uma "pequena" cirurgia e um tempo de afastamento, finalmente estou de volta.
E como prometi, vocês podem encontrar diversas novidades no Blog. Se olharem ao lado, verão que coloquei ferramentas de pesquisa, acompanhamento jornalístico e um local para que possam cadastrar os seus e-mails, caso queiram receber as atualizações do Blog.
Enfim, ferramentas que possibilitarão nosso diálogo (por que esse não é para ser um local de monólogo, e sim de diálogo) e que tornarão o Blog mais interessante.
Após esta breve re-apresentação, vamos ao tema deste post:

Muitas coisas ocorreram nestes últimos dias, tivemos protestos em Brasília vinculados a modificação do Código Florestal, tanto do lado dos ruralistas como dos ambientalistas (ainda vou falar sobre isso aqui), ocorreu em Curitiba, capital do Paraná o primeiro encontro nacional dos Ecossocialistas, onde inclusive se construiu um documento chamado "Carta de Curitiba", destinado aos movimentos sociais, partidos políticos e sociedade em geral (também irei falar sobre isso ainda). Já em nossa cidade, Marechal Cândido Rondon também ocorreram protestos, pneus queimados, bananeiras plantadas (aliás ouvi dizer que Marechal esta prestes a ganhar uma concorrência com a maior produtora de bananas do país, uma cidade que fica no Pará e que não me lembro o nome agora ;)), depois disso parece que o poder executivo em nossa cidade resolveu começar a mostrar algum serviço, só quero ver o custo destes serviços, e até onde eles vão. Mas, parabéns pelo que já fizeram, e deixo aqui também uma vaia (uuuuuuuuuu) pelo que prometeram e ainda não fizeram.
Cara administração de Marechal Cândido Rondon, acho que falo em nome de muitos cidadãos do município ao dizer que estamos cansados de placas e propagandas! Queremos ver o que é propagandeado sendo efetivado! Ainda vou me aprofundar nisto também! 
Também esta semana foi esta sendo comemorativa para a ciência, principalmente a Astronomia, afinal fez 50 anos que o astronauta russo Yuri Gagarin viu a Terra do espaço, sendo assim o primeiro homem a ver que o nosso planeta é(era) azul! Já faz meio século!
Mas, o tema que quero abordar aqui, neste momento, não é nenhum destes. É a tragédia que ocorreu no Rio de Janeiro. Que inclusive esta ficando conhecida como "Columbine Brasileira" (acho que todos lembram do caso semelhante ocorrido na Universidade de Columbine no Colorado, EUA) Quero falar como cidadão, e como funcionário de escola, afinal a tragédia ocorreu dentro de uma escola!
Primeiramente quero deixar aqui meus lamentos as familias das vitimas, pobres crianças que estavam no colégio buscando conhecimento para a construção de uma vida digna e melhor.
Também quero deixar aqui meus lamentos a familia do autor do fato, afinal acredito que eles não tenham culpa do ocorrido, e não podem ser criminalizados por isso!
Mas, quero deixar aqui a minha indignação a maneira como a mídia televisionada (especialmente alguns canais de grande audiência) vem tratando o caso.
A maneira como estão tratando este caso deixa margem a dizer que o ocorrido se deu por motivos religiosos!
Acho um grande erro cair neste discurso. Pois é discurso, não é fato! Inclusive um discurso de cunho ideológico em um momento onde ditaduras apoiadas pelo imperialismo Estadunidense, vem sendo derrubadas uma a uma pela pela população do mundo árabe! Conseguem visualizar as conexões do discurso? Onde ele quer chegar? Qual seu real objetivo?
Não sou religioso, fui seminarista em um período da minha vida, mas hoje me identifico mais com a ciência do que com a religião, procuro ser mais objetivo do que subjetivo, e materialista (no sentido científico e não do consumismo) do que idealista! Ou seja, não sou nada religioso! Mas, não ser religioso e ser adepto do pensamento científico, não significa desqualificar os preceitos e belos ensinamentos que as religiões legaram a humanidade! Ou seja, na comparação entre o pensamento de dois cientistas, minha posição com relação a religião esta mais próxima da de Carl Sagan, do que da de Richard Dawkins. Assim sendo, não sou religioso, mas não estou em uma cruzada pessoal contra a religião. Respeito a todas, e acho que apesar dos erros e da maneira como muitas vezes elas são utilizadas, podem também ensinar muita coisa. A mim mesmo, ensinaram!
Assim, acho um perigo, e um grande desrespeito a todos que professam qualquer credo religioso, seja ele cristianismo, budismo, islamismo, xintoísmo, panteísmo, religiões de matriz africana, e todas as outras que existem e não lembro no momento, quando se começa vincular um crime bárbaro como este, diretamente a qualquer pensamento religioso (no presente caso a religião muçulmana ou islâmica).
A razão deste crime não é religiosa. Este a crime é a soma de dois fatores principais: esquizofrenia (problemas psíquicos do autor) sem tratamento, somada a facilidade do acesso a armas de fogo. Ou seja, descaso do Estado com relação ao sistema de saúde que deveria atender a população, somada a facilidade do acesso a armas de fogo em nosso país!
Para evitar que fatos como este se repitam, o Estado deve investir em saúde (e quando digo saúde, estou falando inclusive de saúde mental), e dificultar o acesso as armas.
Caso o rapaz estivesse em tratamento, provavelmente tal fato seria evitado. Agora, caso ele não tivesse tido acesso as armas, com certeza o fato seria evitado. Pois sem as armas ele não poderia ter matado ninguém!
Portanto, apelo: Deixem de ligar o fato a questões religiosas, e façam uma análise verdadeira do caso! A tragédia e a morte de crianças não pode servir para incentivar o preconceito na população com objetivos econômicos!
Se as redes de televisão lamentam realmente o acontecido, por favor, veiculem a verdade! Não usem o caso para a propagação reflexões com intuitos escusos, e que cada vez mais estimulam o preconceito em nosso país. 
Vincular o presente caso a questões de ordem religiosa é propagandear uma falácia enorme, que pode inclusive estar na raíz da construção de novas tragédias! É necessário observar o fato em si, e analisar o mesmo por si. Sem, teses mirabolantes de supostos terroristas islâmicos como vem sendo as hipóteses levantadas por alguns meios de comunicação!
É um desrespeito aos familiares das vítimas, e as próprias vítimas que elas sejam utilizadas para justificar pensamentos ideológicos com fins econômicos e políticos!
As três questões a serem tratadas e levantadas neste caso (de forma séria por favor) são:
SAÚDE PÚBLICA INCLUSIVE MENTAL, A FACILIDADE DE ACESSO A ARMAS DE FOGO SEJA DE FORMA CONVENCIONAL, SEJA NO MERCADO NEGRO E SEGURANÇA NAS ESCOLAS E UNIVERSIDADES DE NOSSO PAÍS!
Tenho dito! Espero que este texto possa contribuir ao menos para a reflexão de quem o ler, mesmo que não concordem com todo o conteúdo!
Peço também desculpas, se ele não esta muito bem escrito, pois o mesmo foi escrito com os dedos desta mão que digitam, movidos pela emoção e pela indignação pelo ocorrido, e pela maneira como o mesmo a fato vem sendo utilizado por certos grupos! Peço também desculpas, pela extensão do texto!
13/04/11
Curitiba - PR
Luciano Egidio Palagano