quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Revolução Permanente Interna! O Grande Desafio de qualquer lutador social!

Aqui, nesta imagem temos dois revolucionários que são exemplos básicos dos extremos opostos trabalhados neste texto.

A Esquerda Leon Trotsky: Idealizador da Teoria da Revolução Permanente e a Direita Josef Stalin, ex-camarada de Trotsky e seu posterior perseguidor e assassino.



É uma pena que certos tipos de prática, que acabam por servir de argumentos de ataque ao Marxismo, se originem de pessoas que se dizem Marxistas e da luta!

Algumas pessoas que se dizem Marxistas, que muitas vezes não passam de Marxianos (especialistas em Marx, ou talvez nem tão especialistas assim) reproduzem as mais baixas características da sociedade Capitalista em seus relacionamentos. Muitas vezes, até mesmo com aqueles que costumam chamar de camaradas ou companheir@s!

Não é possível a construção de uma nova sociedade se não construir-mos também o novo ser humano.
A Revolução Permanente, também é a Revolução Interna que cada lutador deve sofrer (permanentemente) contra os desejos, ilusões, e tentações que o Capital lhe apresenta.
Sem esta Revolução Interna, em cada um(a) que se diz revolucionário(a), fica impossível a construção de qualquer sociedade socialista!
Quando o dito socialista, toma o lugar do Algoz daquele que até aquele momento se encontrava ao seu lado, ele também toma o lugar do burguês!

Impede a luta que não seja de seu interesse, manipula, maquina, persegue, e tudo na busca cega pelo poder, poder este que lhe foi apresentado pelo Capital, e ao qual o(a) até então revolucionário(a) sucumbiu! Morre então neste momento de transformação um(a) revolucionário(a), e nasce um dos piores inimigos do socialismo: aquele(a) que se apresenta como socialista,mas suas práticas reproduzem o capital! É um ser híbrido, sem característica própria, e sem nenhum outro objetivo que não aquele de satisfazer a sua sede e ânsia de poder. É mais uma vitória do Capital, o Capital consegue mais um(a) soldado(a), e este ser-híbrido é dos piores, por que além de atacar o socialismo por dentro, pois geralmente esta próximo daqueles que lutam, ele cria os argumentos que são utilizados contra a luta socialista!
Pois reproduz, dentro de uma esfera de relacionamento que deveria se pautar pela camaradagem socialista, as características da sociedade capitalista!
Logo, como pode este(a) dito(a) revolucionário(a), (se é que ainda podemos chama-lo(a) assim) construir qualquer tipo de sociedade, senão aquela mesma que ele/ela reproduz em suas relações sociais?


Fica o questionamento e a reflexão para os/as camaradas!

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Poluição e Educação: uma financiando a outra! Isto é o Capitalismo.

Na tentativa de resolver o problema do financiamento da Educação no Brasil, esta se debatendo nos últimos dias a proposta de que 100% dos Royalts do Petróleo deveriam ir para o setor.
Praticamente todo mundo esta apoiando a proposta, mas será que já paramos para pensar no que isso realmente significa?
Todos sabem que vivemos um momento de crise ambiental, e também é de conhecimento público que uma das maiores fontes da poluição é o processo de utilização do petróleo, desde a sua extração até o seu uso final como combustivel e derivados.
A exploração do Pré-Sal já pode ser considerada como a abertura de uma "caixa de Pandora", e o preço da abertura desta caixa vai ser cobrado de nossos filhos e netos, assim como hoje estamos pagando o preço pelos erros ambientais de nossos pais.
No meu entender, este projeto que busca destinar o dinheiro dos Royalts do Petróleo para a educação é uma falácia para desviar a nação dos verdadeiros problemas.
É folclórica a figura da pessoa que tenta aprisionar dois animais com uma peneira, mas, ao aprisionar um solta o outro e vice-versa, pois usa apenas uma peneira para tentar resolver uma questão  que precisaria de duas peneiras.
Ou seja, não se resolve um problema criando outro! Isso não é solução! E é isso que estão defendendo!
Afinal, nós iremos financiar a educação com o dinheiro da poluição? É isso? Daremos educação por um lado, e pelo outro deixamos nossos filhos sem um mundo com condições ambientais adequadas? Financiar a educação com o dinheiro do Petróleo é tapar um buraco e abrir outro maior ainda, literalmente falando. 
Mas, então qual é a solução?
O financiamento da educação, deve vir do dinheiro que hoje vai para os bancos. 
A dívida pública deve ser auditada, e os bancos devem pagar o que nos devem, por que na verdade eles é que são os verdadeiros devedores. O valor investido na educação, se comparado com o valor que escorre pelo gargalo da divída pública é irrisório, devemos ter 10% do PIB já para a educação, e não o finânciamento a partir do petróleo.
Orçamento de 2011.
Veja quanto foi para cada setor, quanto foi para a Dívida Pública e quanto foi para a Educação.

Até por que o valor dos royalts é muito inferior ao que é realmente necessário, não se percebe que esta é apenas uma tática, no intuito de vincular o financiamento da educação a exploração do petróleo, e desta forma conseguir justificativas para uma exploração poluidora?
Por que não ousam mexer com os bancos? POR QUE O MEDO?!
Vejam quem fica com o dinheiro dos nossos impostos! É por causa deles que não há dinheiro para a Educação, Saúde e outros!
O dinheiro que vai para a educação, não deve estar sujo com o óleo que polui nossos mares, rios, ares e acaba com nosso ecossistema! O dinheiro da educação, deve ser o dinheiro que hoje é destinado aos bancos.
E quanto ao petróleo? Deixe-mos ele lá! Não precisamos dele! Não devemos abrir mais ainda a "caixa de pandora"! Eu quero que meus filhos tenham educação de qualidade, gratuita e laica! Mas, também quero que eles tenham um ambiente ecológicamente correto, para poderem viver com saúde, ter um direito não significa abrir mão de outro direito!
Não devemos abrir mão do direito a um ambiente ecológicamente correto, para poder-mos ter o direito a educação!

A própria Constituição nos dá os dois direitos, ao citar:

no Art. 205 "A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho."

e no Art. 225 "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações."
 
Desta forma, eu digo aqui: 
QUEREMOS OS DOIS DIREITOS QUE NOS SÃO GARANTIDOS! NÃO UM SÓ! NÃO QUEREMOS E NÃO DEVEMOS ESCOLHER!
A CONSTITUIÇÃO NÃO FALA EM ESCOLHA, NÓS TEMOS DIREITO AOS DOIS!
POR ISSO, DEFENDEMOS QUE O DINHEIRO DA EDUCAÇÃO, SEJA AQUELE QUE HOJE VAI PARA OS BANCOS, E QUE NÃO SEJA O DINHEIRO SUJO DA EXPLORAÇÃO DE UM DOS MATEIRAIS MAIS POLUENTES DA HISTÓRIA!

O papel dos educadores não é reproduzir o senso comum, e muito menos dizer aquilo que as pessoas querem ouvir! O nosso papel, é avaliar e analisar a sociedade antes de dizer qualquer coisa, e quando disser-mos deve-mos dizer o que deve ser dito, e não o que querem que seja dito!
Não é criando um problema que resolvemos outro! Não precisamos do petróleo, precisamos de educação e o financiamento desta deve vir do dinheiro que hoje vai para a dívida pública, e não do fomento a poluição ambiental!
Precisamos de politícas de governo incisivas com relação a qualidade e gratuidade da educação, e o direito da população a um meio ambiente ecológicamente correto!
Com relação ao petróleo, existem tecnologias alternativas, podemos usá-las, e com relação ao financiamento da educação, existe uma fonte de recursos muito maior (conforme o demonstrado aqui) e com vontade politíca também podemos usá-la.
Auditoria da Dívida Pública, já!
10% do PIB para a educação pública já, e não ao petróleo!
Não à exploração do Pré-Sal e outras reservas, e sim ao desenvolvimento e fomento de tecnologias e técnicas ambientalmente corretas e pela implementação social do seu uso, e não adstritas aos interesses do mercado!
Sou Educador! SOU ECOSSOCIALISTA!!!!!!!

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Extra!!! Compra-se e vende-se Humanidade!!! _ Hein?!?!?


Por vezes as pessoas não querem ouvir a verdade por que não desejam que suas ilusões sejam destruídas!”
(Friedrich Nietzsche)

Esta frase me trás a mente alguns pensamentos! Pensamentos sobre Ilusões! Vivemos uma vida real, ou uma ilusão? A alegoria da caverna de Platão fala de seres-humanos que vivem presos dentro de uma caverna, e nesta prisão eles veem apenas as sombras dos objetos e pessoas que estão fora da caverna sendo projetados nas paredes da mesma.

Aquelas sombras, eles acreditam serem os verdadeiros objetos e pessoas, sem sequer tomarem consciência de que o que veem são sombras, e os objetos e pessoas reais que as provocam estão na luz, fora da caverna.
Para que possam ver a realidade, é necessário que enfrentem o desafio de se dirigirem a luz, e superando a dor acostumem os seus olhos até então adaptados com a escuridão da caverna, ao clarão do Sol.

Esta é a alegoria ou mito em resumo, mas o que ele tem a ver com a nossa vida moderna?
A questão é: E nós? Vivemos fora ou dentro desta caverna? Encaramos sombras como realidade, ou temos a verdadeira percepção das coisas, distinguindo o que é sombra e o que o real objeto que a provoca?
Todos os dias na televisão tentam nos vender uma realidade. Nos dizem o que realmente deve nos importar! Nos informam sobre aquilo que nos trará a felicidade! A completude que nos tornará completos como seres humanos! Será???!!!!

Compre, consuma, compre, consuma, gaste! O Sistema não pode parar, e para que ele não pare ele faz com que você o obedeça sem notar, sem perceber!
Você acredita que tomar Coca Cola lhe trará amigos, você acredita em uma propaganda de perfumes (extremamente machista diga-se de passagem) que lhe diz que terá companhia se usar o mesmo, você acredita que ficará saudável e feliz ao comer Macdonald's. Enfim, fazem você acreditar que as sombras são a realidade do mundo.
Qual o objetivo que o sistema lhe impõe? O que você deve fazer para se sentir realizado? Trabalhar, ganhar, competir e se realizar no consumo.
Você não é humano, você é parte do mercado, você é um número, você é consumidor!












O que nos faz humanos? O que nos diferencia de outros animais? Dizem que é a nossa capacidade de raciocínio, do uso da razão.
Mas, o sistema estimula a razão? O Sistema estimula o pensar? O Sistema estimula o Ceticismo Científico? O Sistema estimula o nosso lado humano?

Na minha pobre opinião ouso dizer: NÃO!!!!!!
O Sistema estimula os nossos instintos mais primitivos, o Sistema (Mercado) nos estimula a nos parecer-mos cada vez mais com os animais e cada vez menos Humanos!
Afinal, o que nos é oferecido? O que é repetido em nossa mente desde a nossa mais tenra infância?
Que devemos competir e não nos ajudar-mos! Que devemos acumular e não compartilhar! Que devemos vencer na vida, mas vencer na vida significa poder consumir e não se sentir Humano.
O Sistema transforma tudo em mercadoria, a vida, a saúde, a liberdade, a felicidade, até mesmo o Amor!
Exemplo disso, é a maneira como nos são oferecidos diversos produtos que na propaganda estão atrelados ao libido e ao desejo sexual: perfumes, cosméticos, bebidas, carros e até mesmo algo que sempre esteve atrelada a poesia e ao sentimento sublime do Amor: a música! Enfim, o Sistema (Mercado) descobriu que o sexo vende! O que é isso senão estimular a libido e nossos instintos com o intuito da obtenção do lucro? E fazemos isto inclusive com nossas crianças!
O sistema não é racional, por isso ele não pode e não tem como estimular a razão! Em seu âmago ele é instinto puro, ele é animalesco, ele nos mantém cada vez mais longe dos deuses e mais perto dos animais!
Caro leitor, este texto é um ensaio, uma reflexão primária, mas pretendo trabalhar melhor esta temática em outros textos a serem publicados posteriormente. Já ouviu falar do mito de Prometheus? É sobre ele e o que este Mito tem a ver com nossa sociedade que falaremos em breve!
Enquanto isso reflita: Você é um Ser-Humano ou um animal? Acredito que sua resposta seja a primeira opção, logo pense: o que estão fazendo com você e com seus filho(a)s, caso tenha filho(a)s? Pense bem, muito bem! Mas com a razão e não com os instintos!!!!

Até a próxima!

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Que tal processar Tufão pela Lei Maria da Penha?

Olá Pessoal! Estou de volta com o Blog, passada a correria da campanha iremos nos reencontrar volta e meia por aqui novamente. Quero reinaugurar o blog com um texto que não é de minha autoria, é do Blogueiro Sakamoto. Mas, como achei a reflexão que ele coloca no mesmo mais do que valida para o momento resolvi republicar o mesmo por aqui, com os devidos créditos é claro. O texto fala sobre violência contra a mulher, lei Maria da Penha, e televisão. Boa Leitura!

Que tal processar Tufão pela Lei Maria da Penha?


Eu era viciado em novelas – na época de Vamp… Hoje, prefiro dedicar a parte livre do meu tempo a reprises de House (que Deus o tenha), Big Bang Theory (nerd, eu?) ou Newsroom (sublime). Ontem, por acidente, acabei assistindo a um capítulo de Avenida Brasil, logo no momento em que o mocinho da novela sentava a mão na cara de Carminha – a megera. Desde então, protestos ganharam as redes sociais por conta da força simbólica de um homem traído agredir a sua companheira.
Muitos telespectadores sentiram-se vingados com a vilã levando uns tabefes. Compadeciam-se de Tufão e acharam que a personagem de Adriana Esteves recebeu o que merecia. Mas o que passa pela cabeça do sujeito em casa, que cresceu em uma sociedade machista como a nossa, quando vê um dos heróis da trama empregando violência doméstica? Provavelmente, vê reafirmado o mesmo modelo de comportamento que conhece desde que era um mancebo e que vem sendo questionado pela sociedade a conta-gotas. Se o Murilo Benício, que é o cara, pode, por que eu não?
Se fosse o vilão seria diferente? Em parte, sim, porque isso seria visto como uma ação ruim. Sei que a vida não é preto no branco – há muitos tons de cinza no meio do caminho. Mas esses folhetins televisivos são produzidos simplificando relações humanas, construindo um lado para que possamos torcer, acolher e nos identificar.
Algumas pessoas vão afirmar que uma novela pode até ser baseada em situações da vida real, mas é uma peça de ficção, com a arte alimentando-se da vida. Sabemos, contudo, que o processo não é de mão única, mas circular. A arte também serve para organizar a vida, reafirmando elementos simbólicos, ensinando padrões de comportamento e estruturando o dia a dia.

Esse sentimento de vingança que deve ter tomado parte dos telespectadores é semelhante – guardadas as devidas proporções – às cenas finais de Dogville, de Lars von Trier. Quando a personagem de Nicole Kidman comanda o massacre na pequena cidade que a humilhou, escravizou e estuprou durante todo o filme, matando homens, mulheres e crianças com requintes de crueldade, não foram poucas as pessoas no cinema que sentiram um calor percorrer o seu corpo. Acreditavam que era o sentimento de Justiça. Porém, pouco tempo depois, surgia, no lugar, um calafrio de vergonha ao perceber que não era Justiça, mas vingança em seu estado mais selvagem que as possuíra minutos antes. Com isso, o diretor conseguiu mostrar o quanto a parte mais bizarra de nossa programação ainda age em nós e como é longo o caminho para domá-la e desligá-la. Não individualmente, mas como coletivo, como sociedade.
Somos programados, desde pequenos, para que homens sejam agressivos. Ganhamos armas de brinquedo, espadas, luvas de boxe. Raramente a nós é dado o direito de que consideremos normal oferecer carinho e afeto para outro amigo em público. Ou de chorar e se fechar diante da tristeza. Manifestar nossos sentimentos é coisa de mulherzinha. Ou, pior, de “bicha”. De quem está fora do seu papel. Lavar a honra com sangue ou com porrada, pode. Bater em “vadia” pode. Em “bicha” pode. Em “maconheiro” pode. Em “mendigo” pode. E por que não em índio? Em vagabundo. Em sem-terra. Em sem-teto.
As pessoas envolvidas em casos de violência contra mulheres colocam em prática o que devem ter ouvido a vida inteira: quem não se enquadra em um padrão moral que nos foi empurrado – e que não obedece à hegemonia masculina, heterossexual e cristã – é a corja da sociedade e age para corromper o nosso modo de vida e tornar a existência dos “cidadãos de bem” um inferno. Seres que nos ameaçam com sua liberdade, que não se encaixa nos padrões estabelecidos pelos “homens de bem”.
Quando uma mulher tem uma relação extraconjugal, o coletivo não a agride por ter rompido unilateralmente um acordo interno do casal, mas por ter desrespeitado uma regra social que todas as outras pessoas estão obrigadas a obedecer. Quem é ela para achar que pode ser melhor do que os outros?
Uma amiga pediu a aplicação da Lei Maria da Penha para o Tufão. Em 1983, o ex-marido de Maria da Penha – o covarde Marco Antônio Herredia Viveiros – atirou nas costas da esposa e depois tentou eletrocutá-la. Não conseguiu matá-la, mas a deixou paraplégica. Muitos anos de impunidade depois, ele pegou seis anos de prisão, mas ficou pouco tempo atrás das grades. A sua busca por justiça tornou-a símbolo da luta contra a violência doméstica. E, em agosto de 2006, foi sancionada a lei 11.340, a Lei Maria da Penha, para combater crimes dessa natureza. O STF, posteriormente, ampliou as possibilidades da lei, afirmando que é desnecessária a denúncia da agredida para que o processo seja aberto.
A caminhada que a lei teve que percorrer até aqui é dura e ingrata. Lembro de um juiz de Sete Lagoas (MG) que rejeitou uma série de pedidos de medidas, baseadas na Lei Maria da Penha, contra homens que agrediram e ameaçaram suas parceiras. Edilson Rodrigues afirmou em suas sentenças: “Para não se ver eventualmente envolvido nas armadilhas dessa lei absurda, o homem terá de se manter tolo, mole, no sentido de se ver na contingência de ter de ceder facilmente às pressões.” E ainda: “A vingar esse conjunto de regras diabólicas, a família estará em perigo, como inclusive já está: desfacelada, os filhos sem regras, porque sem pais; o homem subjugado”.
Ainda bem que as decisões do Supremo sobre a interpretação da Constituição Federal visando à garantia de direitos humanos não são tomadas com base em pesquisas de opinião ou para onde sopra a opinião pública em determinado momento. Principalmente em finais de novela.
Em uma sociedade que canta um “tapinha não dói” e se sente vingada quando alguém que teve uma relação extraconjugal apanha em rede nacional, a Lei Maria da Penha é uma lufada de ar fresco. Mais do que apenas punição, é didática. Mas, como já disse aqui, deixou uma manada de babacas irritadíssimos com uma suposta “interferência do Estado na vida privada”. Afinal de contas, quem vocês pensam que são? Eu bato na minha mulher/filha/mãe/irmã na hora que quiser e com o objeto que quiser!
A esses, o meu desprezo. Bem como ao mocinho (sic) da novela."


Publicado originalmente em: http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2012/10/09/que-tal-processar-tufao-pela-lei-maria-da-penha/

sábado, 21 de julho de 2012

Você transita pelas calçadas?


Este novo texto no blog não é nenhuma reflexão escrita, é uma reflexão a partir de imagens! Aqueles leitores do blog costumam transitar pela Avenida Maripá em Marechal Cândido Rondon, irão reconhecer as imagens abaixo, mesmo que na correria do dia a dia acabem não notando o que se encontra ao lado, ou talvez sob os pés!
O que temos aqui é o estado em que se encontram as calçadas e o entorno de uma das principais avenidas da cidade de Marechal Cândido Rondon, assim como também temos aqui a imagem registrada do desperdício do dinheiro público ocasionado por simples falta de conhecimentos básico das condições da cidade pelos dirigentes do município. Fica a pergunta: Como alguém quer administrar a cidade com ou para os trabalhadores se não conhece a rotina diária destes mesmos trabalhadores, e as condições em que eles vivem e estão expostos?
Seguem as imagens (afinal, como se diz por aí “Uma imagem fala muito mais do que mil palavras!”):
Fotografia feita no dia 07 de Março de 2012 como indica a legenda da imagem.
Foto: Luciano Egidio Palagano

Fotografia feita no dia 07 de Março de 2012 como indica a legenda da imagem.
Foto: Luciano Egidio Palagano 
Algumas perguntas: Um cadeirante conseguiria transitar por esta calçada? Qual o risco de uma pessoa idosa cair e acabar se machucando seriamente em calçadas neste estado? E a estética da cidade? Como fica? Certo, as ruas devem ser asfaltadas (infelizmente não estão sendo todas), mas e o entorno das mesmas? Será que os dirigentes de nosso município andam a pé ou de bicicleta pela mesma, com o fim de conhecer a real situação do município? Afinal, quem reside nas cidades? Os carros ou as pessoas? A cidade deve ser pensada para as pessoas, e não para os carros. Erro comum de planejamento urbano que pode levar uma cidade ao caos, vejam o exemplo da maior cidade do país: São Paulo.
É este o futuro que queremos para Marechal Cândido Rondon?
Reflitam!

terça-feira, 5 de junho de 2012

Cinco de Junho de 2012 - Evento Astronômico: TRÂNSITO DE VÉNUS!

Disponibilizo para vocês, um texto elaborado pela minha colega Janine com informações sobre o Trânsito de Vénus que irá ocorrer no dia de hoje (05/06/2012):


O TRÂNSITO DE VÊNUS
Dias 5/6 de Junho
O trânsito ou passagem de um planeta diante do Sol pode ser considerado como um evento relativamente raro. Visto a partir do ponto de vista da Terra, somente os trânsitos de Mercúrio e de Vênus podem acontecer. Normalmente, acontecem 13 trânsitos de Mercúrio a cada século. Em contraste, os Trânsitos de Vênus ocorrem em pares e com mais de um século separando cada par.
O último trânsito de Vênus aconteceu em 2004 e o segundo evento do par acontecerá na Quarta-Feira, dia 6 de Junho (dia 5, Terça-Feira, para o hemisfério oriental). O evento será inteiramente observável no Pacífico oeste, na Ásia ao leste e a leste da Austrália – assim como podemos ver na figura abaixo. A maior parte das Américas do Norte e Central bem como o norte da América do Sul poderão testemunha o começo do Trânsito (no dia 5 de junho) porém o Sol se esconderá no horizonte oeste ainda antes do término do evento. Da mesma forma, observadores na Europa, na Ásia central e oeste, na África a leste e a oeste da Austrália verão o final do evento em função de que o Trânsito já estará acontecendo ao nascer do Sol para aquelas localidades.
Para as localidades acima de 67 graus norte no hemisfério norte, todo o trânsito será visível independente da longitude. A parte ao norte do Canada e todo o Alaska também verão todo o evento. Os moradores de Iceland (marcado como Região X, na figura) encontram-se em local singular do caminho do trânsito pois verão tanto o começo como o final porém o Sol se deitará por um breve tempo enquanto o maior trânsito estará em curso. Uma região assim parecida existe ao sul da Austrália (marca como Região Y na figura), porém ali o Sol se levantará depois do começo do Trânsito e se porá antes do final.
Os acontecimentos mais importantes a acontecerem durante um trânsito são convenientemente caracterizados pelos contatos análogos aos contatos que acontecem durante um eclipse anular do Sol. O trânsito começa pelo contacto 1, o instante em que o disco do planeta tangencia o disco do Sol. Imediatamente após o contacto I, o planeta pode ser visto como um pequeno ponto através o corpo solar. O disco inteiro do planeta pode ser visualizado no contacto II, quando o planeta já se encontra internamente tangenciando o Sol. Ao longo do curso de muitas horas, a silhueta do planeta vai vagarosamente atravessando o disco solar. No contacto III, o planeta alcança o lado oposto e novamente encontra-se internamente tangenciado ao Sol. Finalmente, o trânsito termina no contacto IV quando a ponta do planeta já se encontra externamente tangenciada à do Sol. Contactos I e II definem a fase chamada de Ingresso enquanto os contactos II e IV são conhecidos como Egresso. Os ângulos de posição de Vênus a cada contacto são medidos como ponteiros de relógio a partir do ponto norte do disco solar.
                     Geocentric Phases of the 2012 Transit of Venus 
 
                            Event         Universal        Position 
                                            Time            Angle
 
                            Contact I      22:09:38        41°
                            Contact II     22:27:34        38°
                            Greatest       01:29:36       345°
                            Contact III    04:31:39       293°
                            Contact IV     04:49:35       290°
A Tabela acima apresenta os tempos geocêntricos dos maiores eventos durante o Trânsito. O Trânsito mais importnate será o instante em que Vênus passará mais próxima ao centro do Sol (quer dizer, a menor separação).
………………………………..................
Observando o Trânsito:
Em função do fato de que o diâmetro aparente de Vênus é cerca de 1 minuto de arco, será possível observar sem instrumentos ópticos (porém sempre usando a proteção de filtro solar) enquanto o planeta cruza o Sol. Entretanto, o planeta aparecerá como sendo somente 1/32 do diâmetro aparente do Sol e desta maneira um par de binóculos ou um pequeno telescópio de ampliação modera poderão oferecer uma visão bem mais agradável. Esses instrumentos deverão estar munidos/equipados com o filtro adequado de maneira a assegurar uma observação segura. Da mesma forma, as questões sobre observações visual e fotográfica devem ser prevenidas igualmente. Os amadores podem trazer uma contribuição científica medindo os momentos dos quatro contactos de ingresso e de egresso. Os equipamentos e as técnicas de observação são as mesmas usadas quando das ocultações lunares.
...............................................
Freqüência dos Trânsitos:
A órbita de Vênus é inclinada 3.4 graus em relação à órbita da Terra. Vênus intersecta a eclíptica em dois pontos ou nodos que cruzam o Sol a cada ano durante o começo de Junho e de Dezembro. Se acontece de Vênus passar em conjunção inferior naquele momento, um Trânsito ocorrerá. Apesar do período orbital de Vênus acontecer em apenas 224.7 dias, seu período sinódic (de conjunção a conjunção) é de 583.9 dias.Devido à sua inclinação, a maioria das conjunções inferiores de Vênus não resulta em trânsito porque o planeta passa distante e acima ou abaixo da eclíptica e não cruza a face do Sol. Os Trânsitos de Vênus acontecem a intervalos de 8, 1.5.5, 8 e 121.5 anos. Desde a invenção do telescópio (1610), aconteceram somente sete trânsitos, assim como descritos abaixo:
                            Transits of Venus:  1601-2200 
 
                           Date       Universal    Separation     
                                        Time
 
                        1631 Dec 07     05:19         939 "     
                        1639 Dec 04     18:26         524 "     
                        1761 Jun 06     05:19         570 "     
                        1769 Jun 03     22:25         609 "     
                        1874 Dec 09     04:07         830 "     
                        1882 Dec 06     17:06         637 "     
                        2004 Jun 08     08:20         627 "     
                        2012 Jun 06     01:28         553 "     
                        2117 Dec 11     02:48         724 "     
                        2125 Dec 08     16:01         733 "     
                        
Os trânsitos de 2004 e 2012 formam um par contemporâneo separado por 8 anos. Mais de um século acontecerá antes de que o proximo par de trânsitos aconteça, em 2117 e 2125. Durante um período de 6.000 anos, de 2000 AC a 4000 DC, acontecerão ao todo 81 trânsitos de Vênus.
História dos Trânsitos
Quando Johannes Kepler publicou as Tábuas Rodolphinas sobre a moção planetária, em 1627, foi permitido a ele realizar predições detalhadas e bem acuradas acerca posições futuras e alinhamentos interessantes dos planetas. Muito para sua surpresa, ele descobriu que tanto Mercúrio quanto Vênus transitariam o disco do Sol ao final do ano de 1631. Kepler morreu antes dos trânsitos, porém o astrônomo francês Pierre Gassendi foi bem-sucedido em tornar-se o primeiro a testemunhar um trânsito de mercúrio. No mês seguinte, ele tentou observar o trânsito de Vênus, porém cálculos modernos mostraram que este não foi visível para a Europa. Apenas das previsões de Kepler sugerirem que o próximo trânsito de Vênus não deveria ocorrer até o século seguinte, um jovem e promissor astrônomo amador britânico, Heremiah Horrocks, acreditou que um outro trânsito deveria ocorrer em 1639. Seus cálculos foram completados exatamente um mês antes do acontecimento e portanto houve pouco tempo para espalhar a notícia. Aparentemente, Horrocks e seu amigo William Crabtree foram os únicos a observarem o trânsito de Vênus em 04 de Dezembro de 1639 – o que os ajudou a medir acuradamente o diâmetro aparente do planeta. Infelizmente, Horrocks e Crabtree morreram ainda antes de alcançarem seus potenciais por completo.
Aproximadamente quarenta anos mais tarde, o jovem Edmond Halley observou o trânsito de Mercúrio de 1677 enquanto completava um catálogo de estrelas para o hemisfério sul, na Ilha Santa Helena. Halley compreendeu que os apontamentos acurados e cuidadosos sobre os trânsitos poderiam determina a distancia entre a Terra e o Sol. A técnica era realizada em observações advindas de várias partes do globo. O efeito da paralax em observadores remotos poderiam lhes oferecer uma escala de distâncias absolutas de todo o sistema solar. Os trânsitos de Vênus eram melhores neste sentido do que os de Mercúrio em função do fato de que Vênus é mais próxima da Terra e consequentemente pode exibir um paralax maior. Halley desafiou as futuras gerações a organizarem expedições grandes aos confins da Terra de maneira a observarem os trânsitos de 1761 e 1769.
Muitas expedições científicas foram realizadas porém os resultados foram desapontadores. Os apontamentos acurados necessários não foram possíveis em função de um misterioso "black drop", efeito através o qual a ponta do disco de Vênus parecia deformar-se e fusionar-se ao do Sol.Sem se deter pelos resultados, uma outra campanha para observação foi montada por muitas nações para o trânsito de Vênus de 1874 e 1882.Uma vez mais, o efeito de "black drop" limitou a precisão das observações de a determinação da distância do Sol. Análises modernas mostram que o efeito "black drop" é o resultado de efeitos sofridos pela visão em função da atmosfera turbulenta da Terra.
A distância do Sol e dos planetas pode ser acuradamente medida hoje em dia através o uso do radar – desta forma, os trânsitos de 2004 e 2012 não oferecem grande importância científica. No entanto, eles são eventos bem raros e que foram de grande valor durante a história inicial da astronomia moderna.
Tradução literal e sintetizada de Janine
Acknowledgments – Créditos:
The 2012 transit predictions were generated on a Apple Power Mac G4 computer using algorithms developed from Meeus [1989] and the Explanatory Supplement [1974]. Ephemerides for the Sun and Venus were generated from VSOP87.
All calculations, diagrams, tables and opinions presented in this paper are those of the author and he assumes full responsibility for their accuracy.
References
Aughton, P., 2004, The Transit of Venus, Weidenfeld & Nicolson.
Espenak, F., 2002, "2004 and 2012 Transits of Venus", Proceedings for Scientific Frontiers in Reasearch on Extrasolar Planets, PASP.
Espenak, F., 2003, "The 2004 Transit of Venus", 2004 Observer's Handbook of the Roy . Astron. Soc. Can..
Explanatory Supplement to the Astronomical Ephemeris and the American Ephemeris and Nautical Almanac, 1974, Her Majesty's Nautical Almanac Office, London .
Maor, E., 2000, June 8, 2004--Venus in Transit, Princeton University Press, Princeton .
Maunder M. & P. Moore , 1999, Transit: When Planets Cross the Sun, Springer Verlag.
Meeus, J., 1958, "Transits of Venus, 3000 BC to AD 3000", J.B.A.A., 68, 98.
Meeus, J., 1989, Transits, Willmann-Bell, Inc., Richmond .
Newcomb, S., 1895, "Tables of the Motion of the Earth on its Axis Around the Sun", Astron. Papers Amer. Eph., Vol. 6, Part I.
Sheehan, W. & J. Westfall, 2004, The Transits of Venus, Prometheus Books.
Usando Trânsitos para detectar Exoplanetas
Quando Vênus passar em frente ao Sol em 5/6 de Junho, seu disco de 57.8" diâmetros bloqueará, em nossa visão, um minúsculo pedaço do Sol.Para ser preciso, cobrirá 0.1 porcento da área de nossa estrela e reduzirá na mesma proporção a quantidade de luz solar que nos atinge.
Imaginemos agora se estivéssemos observando um mesmo trânsito a partir de um sistema solar mais distante.
Não poderíamos ver Vênus enquanto um pontinho porém instrumentos sensíveis seriam capazes de detectar o pequeno ponto em meio à claridade.
Astrônomos decidiram, há já muitos anos atrás, que eles poderiam reverter este processo de maneira a localizarem planetas em outros sistemas solares. O primeiro sucesso aconteceu em 1999 quando pesquisadores descobriram um planeta com a massa de Júpiter numa órbita bem próxima a uma estrela parecida com nosso Sol, HD209458. Certamente, planetas gigantes e gasosos apresentam maiores pontos em suas estrelas do que seus menores primos – e, desta forma, são mais facilmente detectados.
Nos últimos anos, buscas usando este método de trânsito descobriram mais de 200 exoplanetas (até o começo do ano de 2012). A busca mais produtiva acontecida foi a Super Wide Angle Search for Planets – Busca Angular extremamente Ampla de Planetas – cujo alcance baseado na Ilhas Canárias e na África do Sul descobriu mais de 60 planetas.
Porém o dectetor que estará liderando acontecerá brevemente através a espaçonave Kepler. Este satélite continuamente monitora mais de 100.000 estrelas. Superou a marca de 60 planetas em janeiro de 2012 e não demonstra qualquer sinal de diminuição de seus trabalhos. Os Astrônomos esperam que este satélite posa nos apresentar planetas similares à Terra no próximos um a dois anos.
Artigo escrito por Richard Talcot
Traduzido literalmente por Janine
Extraído da Revista Astronomy em sua edição de junho de 2012 – página 50 – Kalmbach Publishing, Waukesha, WI, EUA
Os trânsitos de Vênus ocorrem quando o planeta cruza um dos nodos em sua órbita ao mesmo tempo que alcança conjunção inferior. Em 5/6 de junho, Vênus estará em seu nodo descendente.
A seqüência de quatro imagens capturou Vênus exatamente o momento de deixar o disco solar, em 8 de junho de 2004. Este momento é denominado de `terceiro contacto'.
O pequeno disco de Vênus encontrará sua maior proximidade ao centro do Sol cerca de 1:30 UT, 6 de junho (9:30 pm EDT 5 de junho).
O trânsito de 2004 durou 6 horas e 13 minutos, um tantinho mais curto do que o trânsito deste ano porque Vênus estará passando mais distante do centro do Sol.
Traduzido literalmente por Janine
Extraído da Revista Astronomy em sua edição de junho de 2012 – página 50 – Kalmbach Publishing, Waukesha, WI, EUA
Mais Informações acerca o Trânsito de Vênus e sua Observação online:
For more information about the worldwide events, safety precautions for viewing, educational content and social media activities, visit: Para mais informações acerca eventos mundiais, prevenções de segurança para observação, matérias educacionais e atividades de midia social, visite: 
http://venustransit.nasa.gov 

For NASA TV streaming video, downlink and scheduling information, visit: Para Acessar a Observação online, acessar o link bem como informações sobre horários e datas, visitar:http://www.nasa.gov/ntv 

The public can follow the event on Twitter on #venustransit . O evento pode ser seguido publicamente através Twitter #venustransit.
http://venustransit.nasa.gov/2012/multimedia/apps.php 

com um abraço estrelado,
Janine Milward
Vocês podem acessar este texto juntamente com fotos no Blog:  http://oceudomes.blogspot.com

sábado, 26 de maio de 2012

SOMOS TODOS VILA ALTA! CARTA ABERTA SOBRE O DESPEJO OCORRIDO NA CIDADE DE GUAÍRA-PR


Conforme foi noticiado pelos meios de comunicação da região Oeste do Paraná, na manhã do dia 22 de maio de 2012 ocorreu despejo feito pela Polícia Militar de aproximadamente 50 famílias de trabalhadores que residiam no Bairro Vila Alta, em Guaíra. Segundo as informações noticiadas nos meios de comunicação, a desocupação teria sido pacifica e as famílias já seriam encaminhadas para um cadastro para receber casas populares ou para casas de parentes.
Porém, em vista da necessidade de conhecer mais sobre o caso e acompanhar de perto a real situação daquelas famílias, na manhã do dia 24 de maio de 2012 (quinta-feira), uma comitiva de representantes de organizações sociais e políticas da região Oeste/PR, além de um advogado, realizou uma visita a um alojamento, onde se encontra a maior parte dessas pessoas. Ao contrário do que foi noticiado pela imprensa, deparamo-nos com uma situação caótica.
Segundo relato dos moradores a desocupação não foi pacífica. Eles teriam sido pegos de surpresa, no início da manhã, pois não sabiam que estava ocorrendo o cumprimento de uma liminar de reintegração de posse, solicitada pela Prefeitura Municipal. Assim, as famílias foram arrancadas de suas casas sob o terrorismo psicológico imposto pelos policiais e ainda sob ameaça de prisão.
Cerca de 300 homens da PM cercaram o bairro, retirando as pessoas de suas casas à força, separando os homens das mulheres e prendendo-os numa área próxima. Durante horas essas pessoas foram expostas a uma situação degradante, vexatória de humilhação. Moradores de bairros próximos foram impedidos de se aproximar do local.
Os moradores que haviam saído para o trabalho antes do despejo, ao retornar, depararam-se com os escombros de seus lares, bem como seus móveis destruídos. Foi no curto período de tempo da desocupação até a chegada de caminhões da prefeitura em que os moradores puderam retirar um pouco de seus pertences. Muitos móveis, roupas e eletrodomésticos foram perdidos.
Várias famílias haviam feito empréstimo consignado para construção de suas cassas, agora, mesmo sem casa, deverão continuar pagando.
Alguns moradores com o pouco que conseguiram salvar de suas casas
As famílias se encontram alojadas em condições sub-humanas no Centro Náutico
Hoje, a situação dessas famílias é de calamidade. Alguns conseguiram encontrar apoio de parentes. Outros, segundo relato dos moradores, estão nas ruas. A maioria deles está amontoada no Centro Náutico Marinas, mediante recomendação da Prefeitura, em condições sub-humanas.      As crianças estão sem acesso à escola e o transporte não passa na região. Após o poder público criar tal situação de risco para as crianças, agora os representantes do conselho tutelar ameaçam retirar as crianças da guarda de seus pais. 

Os moradores estão sem acesso aos seus pertences que haviam conseguido salvar inclusive idosos estão sem acesso aos seus medicamentos. Eles estão passando frio e se encontram em condições precárias de higiene. O local é cheio de goteiras, o que mantém as pessoas úmidas o tempo todo. Vários trabalhadores perderam seus empregos.
Segundo os relatos dos moradores, já havia quase dois anos que eles estavam na área. São famílias pobres que não tem condições de pagar aluguel. Antes da vinda dos moradores, no local, havia um depósito de entulhos. Posteriormente, houve uma pequena criação de gado. Hoje se encontram no local somente os destroços dos móveis e das casas.
No local da desapropriação encontram-se materiais de construção. Dividas que as famílias haviam feito no intuito de conseguir um pouco mais de conforto, dividas que ficaram a ser pagas, mas cujas as casas não existem mais.
Escombros das residências dos moradores.
Móveis e eletrodomésticos foram destruídos juntamente com as casas.
Apesar dessa situação, há pouca repercussão no município de Guaíra cujo à população pouco sabe sobre o futuro dessas famílias. Além disso, as famílias não podem recuperar o que foi perdido e não há garantia de que terão casa popular, apesar das promessas. O que, ainda, se for o caso, pode demorar meses.
Diante dessa situação, as organizações abaixo-assinadas resolvem encaminhar a presente carta aberta à comunidade para divulgar a real situação dos moradores. Fazemos isso, também, como uma forma de cobrar mais publicidade sobre o caso e pressionar o poder público local para que se responsabilize e apresente uma solução imediata para um problema que ele mesmo criou.
Nos solidarizamos com estes trabalhadores e chamamos a população a se somar na construção de uma rede de apoio, visando que seja respeitado o direito dessas famílias, assim como de inúmeros outros trabalhadores de nossa sociedade, a terem acesso a uma moradia digna.

Marechal Cândido Rondon, 24/05/2012


  1. ADUNIOESTE (Sindicato dos Docentes da Unioeste)/Seção Sindical do ANDES-SN
  2. APLER - Associação dos Portadores de Lesões por Esforços Repetitivos
  3. APP de Luta e Pela Base – Oposição Alternativa  (Núcleo Sindical de Toledo)
  4. Associação Atlética Acadêmica de Engenharias da Unioeste de Toledo - AAAEUT
  5. Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB) - Seção Marechal Cândido Rondon
  6. Associação dos Pós Graduandos da UNIOESTE (APG)
  7. Centro Acadêmico Chico Mendes | Geografia - UNIOESTE/ M. C. Rondon
  8. Centro Acadêmico de Ciências Sociais - CACS | Unioeste Toledo
  9. Centro Acadêmico de Engenharia de Pesca – CAEP  | Unioeste Toledo
  10. Centro Acadêmico de Química - CAQ | Unioeste Toledo
  11. Centro Acadêmico de Secretariado Executivo - CASEC | Unioeste Toledo
  12. Centro Acadêmico de Serviço Social - CASS | Unioeste Toledo
  13. Centro Acadêmico XVIII de Novembro | Direito - UNIOESTE/ M. C. Rondon
  14. Centro Acadêmico Zumbi dos Palmares | História - UNIOESTE/ M. C. Rondon
  15. CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular)/Oeste do Paraná
  16. Diretório Central dos Estudantes (DCE) UNIOESTE/Campus de M. C. Rondon
  17. Diretório Central dos Estudantes (DCE) UNIOESTE/Campus de Toledo
  18. GEOLUTAS – Laboratório de Geografia das Lutas  no Campo e na Cidade
  19. Grêmio Estudantil do Colégio Ceretta/Mal C. Rondon
  20. Grupo de Estudos Marxianos Latino-Americanos
  21. INTERSINDICAL
  22. Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) – Toledo
  23. Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) - Marechal Cândido Rondon
  24. Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado - PSTU/Regional Oeste
  25. Pastoral Operária – Marechal Cândido Rondon


Abaixo vocês podem assistir dois vídeos com depoimentos de moradores da Ocupação de Vila Alta: