quinta-feira, 19 de setembro de 2024

O QUE SEU VOTO PODE TRAZER À CIDADE DE TOLEDO?

 Olá! Essa publicação tem como objetivo detalhar melhor as principais propostas que estou defendendo em minha campanha para vereador no município de Toledo. Assim, sem mais demora, vamos direto para elas:

Tema: Agricultura e Sustentabilidade Ambiental!

Proposta: PLANO MUNICIPAL DE COMPOSTAGEM DE RESÍDUOS ORGÂNICOS COM DISTRIBUIÇÃO DO ADUBO GERADO PARA A AGRICULTURA FAMILIAR: 
A política de compostagem municipal já está aprovada, só não foi concretizada. Talvez por preguiça, talvez por incompetência!
Tabela 126 -
Programa de Coleta e Tratamento de resíduos verdes do município de Toledo.
A política de compostagem municipal já está aprovada, só não foi concretizada.
Talvez por preguiça, talvez por incompetência!
Toledo produz, atualmente, em média 1.374 toneladas de resíduos orgânicos por mês. Se a política municipal de compostagem, aprovada em 2016, tivesse sido implementada, estaríamos gerando, aproximadamente, 680 toneladas de adubo orgânico que poderiam ser distribuídos de forma gratuita ou a preço de custo para nossos agricultores familiares. Algo que aumentaria a renda dessas famílias e melhoraria a qualidade da produção, reduzindo o uso de fertilizantes químicos e transformando o tratamento do lixo orgânico em uma solução sustentável e voltada ao desenvolvimento social e econômico. No entanto, há oito anos que vemos falta de interesse e excesso de preguiça, que impediram que essa política fosse implementada. Mas, é possível mudar isso, e pretendo fazer isso. É possível unir sustentabilidade e desenvolvimento. Juntos nós vamos fazer isso acontecer!

Tema: Combate à violência contra a mulher!

Proposta: São registrados, em média, 600 casos de violência doméstica por mês em Toledo! Em março deste ano, havia 1.028 medidas protetivas em vigor! Esses dados são alarmantes! 

Reportagem publicada pela CATVE em 27/03/2024
Acesso:19/09/2024 - 15h25min

Precisamos combater este problema com medidas efetivas de repressão, formação e prevenção. Neste sentido, estou propondo dois projetos de lei, que serão os primeiros que irei apresentar, se eleito, com o objetivo colaborar na repressão à violência e, também, no auxílio às vítimas:

1º Projeto: obrigatoriedade da reserva de 5% das vagas de emprego em empresas terceirizadas ou que mantenham contrato de prestação de serviço com o município, para mulheres vítimas de violência doméstica e familiar.

2º Projeto: proibição da nomeação, na administração pública direta ou indireta em âmbito municipal, de pessoas condenadas pela Lei Maria da Penha e/ou que sejam devedoras de pensão alimentícia.

Para que isso seja possível e esses projetos sejam apresentados, conto com o seu voto!

Tema: Direito à Educação e uma Formação de Qualidade:

Conto com o seu apoio, para poder apresentar
 essas propostas na Câmara de Vereadores!
Proposta: CRIAÇÃO DO CMEI NOTURNO! 

Com quem você deixa seu filho para poder estudar à noite? A Educação é um direito de todos e uma responsabilidade do governo. É fundamental que as autoridades criem condições para que todos tenham acesso ao estudo. Isso inclui oferecer transporte escolar seguro, uma boa infraestrutura nas escolas e universidades, professores e funcionários preparados e valorizados com condições adequadas de trabalho, além de garantir políticas que ajudem os alunos a entrar e permanecer na escola e na faculdade. Como profissional da educação, entendo que a educação não muda o mundo, mas transforma pessoas que podem fazer essa mudança.
Por isso, proponho a criação de um CMEI noturno, para ajudar pais e mães solos que precisam trabalhar durante o dia e desejam continuar seus estudos à noite, com a segurança de que seus filhos estejam bem cuidados. O que você acha dessa proposta? Se você concorda, conto com o seu apoio, e voto, para tornar isso possível!

terça-feira, 23 de abril de 2024

Marechal Cândido Rondon e o Racismo Estrutural.

Marechal Cândido Rondon e o Racismo Estrutural.

Recentemente, em um determinado programa jornalístico de bastante alcance em Marechal Cândido Rondon, um convidado (de direita é claro) questionou as afirmações sobre a existência de racismo em Marechal Cândido Rondon. No entanto, esta semana, verifiquei mais uma demonstração fática sobre o racismo latente de determinados indivíduos que residem e mantém conexões com Marechal Cândido Rondon: nos comentários sobre a participação de uma militante negra do PSOL de Marechal, no encontro nacional da Negritude da legenda, o que encontramos, de maneira geral, é o mais puro chorume que exala do racismo que alguns tentam disfarçar, mas não conseguem.

Fonte: página do Jornal O Presente em 22/04/2024.
Print realizado às 09h30min do dia 23/04/2024.

Observem a imagem.... Nela, em comentários que buscam disfarçar o racismo com a mesma lógica de afirmações como "Dia da Consciência Humana" para se contrapor ao "Dia da Consciência Negra", percebemos o substrato social que fermenta e fertiliza o preconceito racial em nosso país. E, como Marechal Cândido Rondon não é uma ilha isolada, este mesmo racismo disfarçado pode ser percebido no município.

Quero mencionar, aqui, dois fatos que corroboram com a afirmação de que, em Marechal Cândido Rondon, o racismo é latente e estrutural, principalmente junto à "suposta" elite política e econômica. Um fato é de conhecimento público, e todas e todos, que residem no município há alguns anos, devem conhecer; o outro é um fato particular, um relato que ouvi quando cursava História no campus da Unioeste em Marechal Cândido Rondon.

Vamos ao primeiro fato:

A região da cidade que engloba os bairros Alvorada e Botafogo, composta por loteamentos como Rainha, Luciana I, Luciana II, BNH e outros tem sua própria história. Esta não é uma região nova na cidade, pelo contrário: o BNH, por exemplo, tem sua origem em um programa de habitação popular do final da década de 80, se não estou muito enganado, em 1986. O fato é que, naquela época e, até bem recentemente, já no século XXI, àquela região da cidade era conhecida, em termos populares, como "Planeta dos Macacos". Sim! Isso mesmo! O termo era este! E sabem por quê? Porque naquela região, área periférica da cidade, residiam as famílias de menor renda no município e, em sua maioria, com um fenótipo mais escuro do que o padrão oficial da "cidade mais germânica do Paraná". Por isso, àquela região não era só considerada uma outra cidade, mas um outro planeta, uma outra sociedade. Ela era a região dos "outros". O "Planeta dos Macacos"! Eu ouvi esse termo diversas vezes, quando dizia onde residia pois, por mais de 20 anos, morei no Alvorada ou no Botafogo e, por diversas vezes, ao informar o meu endereço, da boca do outro "escapava" a expressão: "Ah! Então você mora no Planeta dos Macacos!"
Até hoje tal termo ainda pode ser encontrado "escapando" da boca de alguns moradores mais antigos do município! E isso retrata a memória social da população sobre a condição da negritude.

Vamos ao segundo fato:

Em 2005 eu cursava o curso de História, no campus rondonense da UNIOESTE. Da minha turma faziam parte um casal de amigos que residia em Cascavel e precisava vir, todos os dias, para Marechal para participar das aulas. Como não tinham carro, meus amigos vinham de ônibus! Naquela época existia uma disponibilidade maior de horários de ônibus entre Marechal e Cascavel. Em um certo dia de aula, durante o intervalo, eles me fizeram um relato que ficou na minha memória até hoje, o relato de um acontecimento que lhes marcou e, quando me contaram, mexeu comigo também. Este casal de amigos estava na rodoviária em Marechal Cândido Rondon, era julho, mês de aniversário do município. Período em que o discurso sobre os pioneiros floresce nas bocas e nos meios de comunicação. Esperando na rodoviária, os dois encontraram um senhor, já idoso, negro e com feições de quem sofreu e trabalhou muito na vida. Conversa vai, conversa vem, desandam à falar sobre Marechal Cândido Rondon e sua história, assim como a festa do município e dos tais pioneiros. Até que, em algum momento, durante a conversa, de acordo com meus amigos, este senhor, com os olhos marejados, olha para eles e afirma, mais ou menos, assim:

"_ Eu também sou pioneiro! Eu também faço parte da história da cidade"

O senhor em questão vivia no município há mais de 50 anos! Ele também foi uma das primeiras pessoas a chegarem no, então distrito de General Rondon, mas o nome dele nunca foi citado. Ele nunca foi lembrado! A relação de "pioneiros" não reconhecia sua existência. O seu sobrenome era invisível, assim como a cor da sua pele: negra.

De acordo com este casal de amigos, ao afirmar: "Eu também sou pioneiro" e que também fazia parte da história da cidade, foi possível perceber no mesmo uma certa mágoa e melancolia sobre o fato de que, mesmo residindo em Marechal há mais de 50 anos (o fato se passou em 2005) a sua existência nunca foi lembrada e sua colaboração para com a cidade nunca foi reconhecida.

Enfim, estes são dois fatos, um que eu mesmo vivi e outro que ouvi, que demonstram como o racismo está, sim, impregnado na cultua e na memória social de nossa região e, especificamente, por ser o objeto deste texto, em Marechal Cândido Rondon. Escrevo este texto, não como forma de condenação, mas como um alerta! Um alerta para o fato de que existe um problema, sobre o qual precisamos olhar e, a partir disso, combatê-lo. 

Sobre não ser racista e sobre ser antirracista:

Quando falamos sobre racismo estrutural em Marechal, ou em qualquer outra cidade, não estamos afirmando que todas e todos naquele local são indivíduos racistas, mas, sim, que existe uma lógica estrutural na organização dos serviços públicos, na memória oficial, na política... que reproduz o racismo. E esta lógica se alimenta, também, do fato de muitas pessoas em posição de comando (seja na política ou na economia) agirem, muitas vezes, de forma racista, reproduzindo afirmações, termos, formas de pensar e agir racistas sem refletir sobre isso, de maneira naturalizada, como os comentários na publicação que deu origem à esta reflexão. Isso se espraia, como areia levada pela água, infiltrando-se em todos os espaços da sociedade. Neste sentido, debater o racismo, seja no quesito individual seja no quesito estrutural, é mais do que importante: é urgente!

Assim, termino esta reflexão, apelando para que os formadores de opinião de nossa região reflitam sobre isso e se somem à esta luta e, também, aproveito para manifestar, aqui, todo o meu apoio à minha amiga, e camarada de partido, Viviane Rodrigues e encerro com a famosa afirmação de Ângela Davis: "Numa sociedade racista, não basta não ser racista. É necessário ser antirracista."