"O bom senso é a
coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal
medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não
costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm." (René
Descartes)
"Não basta termos um
bom espírito, o mais importante é aplicá-lo bem." (René
Descartes)
Olá pessoal! Faz tempo que não
escrevo, não é mesmo? Já estava com saudades de vocês, mesmo dos
que leem o blog só para fazer a critica depois (hehehehe) afinal,
aqui não temos medo de criticas, temos medo é da ausência de
capacidade de uma critica consistente!
Quero começar este texto
invocando as duas reflexões acima de autoria de René Descartes. A
primeira (que fala diretamente sobre BOM SENSO), faz menção a
quantidade de bom senso que cada um tem, e ao mesmo tempo o quanto
cada um acredita ter. A frase levanta o fato, de que muitas vezes nos
achamos portadores da verdade e do chamado bom senso, e nem sempre
(justamente por nos visualizarmos desta forma) agimos como se
realmente o tivéssemos pois ao acharmos que estamos sempre certos,
de que nossas ideias são as corretas e não aceitarmos coloca-las a
prova, fugimos exatamente daquilo que dizemos ter: BOM SENSO.
A segunda frase nos alerta que
não basta termos “bom espirito”, ou seja, termos capacidade de
análise critica dos fatos, para separarmos a mentira e a enganação
da verdade. É necessário usar esta capacidade, pois uma capacidade
que existe mas não é usada, tem resultado nulo, a consequência do
não uso é a mesma de sua não existência.
Por que estas duas frases? Por
que invocar a capacidade de discernimento e o bom senso
(além do fato de ser “Chiquê” começar um texto citando Descartes (risos))?
Porque o que estamos vendo ocorrer na Região Oeste do Paraná
ultimamente, é exatamente o contrário disso: DISCERNIMENTO
e BOM SENSO. E
infelizmente, mesmo pessoas com senso critico, estão caindo em um
discurso falacioso e disseminador do ódio. É incrível, mas isso
mostra que precisamos sempre estar alertas para nos atermos ao Bom
Senso, e utilizarmos o nosso Senso Critico (que é nato ao ser
humano, pois se não o fosse não haveria ciência esta que é uma
produção humana entre todas as especies da Terra, e tem como base o
senso critico, que tem como base a razão, e que leva ao
discernimento da verdade) antes de acreditarmos nas informações que
nos são apresentadas, sejam por autoridades, sejam pela mídia seja
inclusive por este blog. Por este Blog??? Sim! Por que não? Afinal,
o próprio nome do Blog apela a Razão, logo não quero que o leitor
seja um crédulo, nem mesmo em mim. Pois a fé pertence à esfera da
religião, e aqui não fazemos religião, apesar de, de vez em
quando, falarmos sobre! Ou seja, devemos apelar sempre ao Bom Senso,
mas para conseguirmos isso precisamos usar de nosso Senso Critico! E
é justamente o caminho contrário a este, que vem sendo apontado a
população da Região Oeste nos últimos tempos, inclusive por
diversas de suas lideranças politicas.
A Universidade, como um espaço
de desenvolvimento do pensamento científico do discernimento, do
senso critico, do conhecimento, do BOM SENSO baseado no método científico cartesiano, tem papel fundamental em tentar apontar outro
caminho a população oestina.
E foi (e esta sendo) com esta
intenção, que diversas entidades ligadas a UNIOESTE (juntamente com
outras entidades externas) estão se organizando para trazer um pouco
de BOM SENSO ao debate sobre a Questão Indígena no Oeste do Paraná.
O primeiro ato destas entidades foi (após uma visita ao Município de
Guaíra), construir um documento intitulado MANIFESTO DE APOIO AOS INDÍGENAS DE GUAÍRA E TERRA ROXA NO PARANÁ/BRASIL que buscou
iniciar um contraponto no debate exposto, buscando apresentar os
argumentos do Movimento Indígena colocados por eles mesmos. Pois vem
se percebendo que existe uma desigualdade (que esta vinculada ao peso
do poder econômico e politico na balança social), com relação a
possibilidade de exposição dos argumentos e pautas de cada lado.
Outra coisa que se percebeu, é que existe uma certa confusão que é
explorada por algumas pessoas (que mantém interesse econômico e
politico na região) com relação a questão da demarcação de uma
ou algumas possível/possíveis reserva(s) indígena(s) no Oeste do PR.
E esta confusão (que esta sendo muito bem explorada por alguns, no
lugar de ser desfeita) é solo fértil para um discurso de ódio que traz à região um clima de tensão e medo, o que possibilita o uso
da população (principalmente dos pequenos produtores) no apoio de
pautas que são de interesses, principalmente, do grande latifúndio e
não destes mesmos pequenos produtores.
Como foi colocado acima,
diversas entidades da UNIOESTE estão se mobilizando na tentativa de
trazer um pouco de BOM SENSO a este debate, e desmistificar muitas
das mentiras e meias verdades que estão sendo divulgadas, o primeiro
ato foi o lançamento da nota mencionada, o segundo ato foi uma
entrevista em uma radio regional com uma liderança indígena, com o indigenista da FUNAI e um representante do Centro Acadêmico de
Direito XVIII de Novembro.
O terceiro ato ocorreu ontem,
com um evento na UNIOESTE Campus de Toledo que reuniu diversos
acadêmicos de diversos cursos, e tinha na composição da mesa a
Prof. Dra. Marise Rauber Engelbrecht do curso de Serviço Social, o
Indigenista da FUNAI Diogo de Oliveira, e duas lideranças indígenas:
Cacique Ilson Soares Karai Okasu e a Vice-líder Paulina Martins
Kunha Takua, ambos da aldeia Tekoha y Hovy. O encontro serviu como um
momento de apresentação dos anseios da população indígena do
Oeste, e desmistificou para os acadêmicos muitas das mentiras que
estão sendo propaladas na região. Inclusive por diversas lideranças
politicas e alguns órgãos de imprensa que caem no (e reproduzem o)
discurso, talvez sem verificarem a veracidade das informações.
Não vou aqui fazer uma
descrição do debate, pois você, caro leitor, pode assistir vídeo abaixo e ver pessoalmente (em vídeo, é claro) o que
foi apresentado. Afinal, é sempre bom ter a informação direto da
fonte, não é mesmo?
Clique aqui e veja o depoimento das duas lideranças indígenas presentes no evento, e entenda o que eles realmente querem
No dia 14/05/13 ocorrerá
encontro com proposta semelhante, desta vez no Campus de Marechal
Cândido Rondon com a presença do Indigenista Diogo de Oliveira. É
a UNIOESTE, cumprindo com seu papel de UNIVERSIDADE, que esta muito
além de ser apenas um local de Ensino, a UNIVERSIDADE deve ser um
local de difusão da Razão, do Bom Senso, do Senso Critico, todos
critérios fundamentais para o pensamento cientifico e que deveriam
estar na base do pensamento da população em geral. Mas não estão,
e não por culpa desta mesma população, e sim muitas vezes por
culpa daqueles que são beneficiados politica e economicamente pela
sua ausência. Desta forma, as entidades, e através das entidades a
UNIOESTE, contribuem para a construção de uma solução razoável
para a situação posta.
E a luta continua... sempre por
um mundo melhor, onde não haja mais desigualdade de classe, ou seja,
onde não haja mais classes sociais!
Vejam abaixo algumas fotografias
do evento do dia 08/05:
|
Apresentação Cultural |
|
Apresentação Cultural |
|
Apresentação Cultural |
|
Apresentação Cultural |
|
Apresentação Cultural. Integração! ;) |
|
Apresentação Cultural: Integração II ;) |
|
Na mesa: Diogo de Oliveira, Ilson Soares Karai Okasu e Paulina Martins Kunha Takua |
|
Na mesa: Prof. Dra. Marise Rauber Engelbrecht, Diogo de Oliveira, Ilson Soares Karai Okasu e Paulina Martins Kunha Takua |
|
Paulina Martins Kunha Takua |
|
Alguns integrantes da Organização do evento, juntamente com Diogo de Oliveira e as lideranças indígenas. |
Não vejo nem um pouco de bom senso se trazer "índios" do Paraguai para invadirem terras brasileiras.
ResponderExcluirAté agora não foi apresentada nenhuma prova sobre este argumento de "trazer índios do PY para invadirem" o Brasil. Só foi apresentado o discurso em cima de alegações não comprovadas. E alegação não comprovada é apenas alegação não comprovada.
ExcluirE tem um fato indiscutível, as nações indígenas não tem fronteiras políticas - um guarani é guarani no Py ou no Brasil, as fronteiras nacionais foram delimitadas por nós,homens brancos (invasores) colonizadores. E se um maka é argentino pra mim, pra outro maka do Brasil ele é apenas e tão somente um maka. Pense nisso.
ResponderExcluir